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O Tivoli faz 100 anos em 2024 mas a festa começa já em Novembro

Festa do centenário do teatro da Av. da Liberdade vai ser comemorada com dezenas de variados espectáculos ao longo de dois anos.

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O Tivoli faz 100 anos em 2024 DARIO CRUZ
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O lisboeta Teatro Tivoli faz 99 anos a 30 de Novembro próximo e é nesse dia que começa a comemorar os 100 anos que se cumprem em 2024. A festa continua em 2025 com espectáculos para quase todos os gostos e com mais de 250 de sessões de teatro, dança, cinema e entretenimento​ variado.

A apresentação do programa do centenário foi feita ao fim da tarde desta terça-feira por Paulo Dias, director-geral da UAU, empresa privada que adquiriu o teatro em 2011, e administrador do hoje chamado Tivoli BBVA, que prometeu uma programação “variada, imaginativa, abrangente e integradora”. “Faz parte da missão da UAU manter as portas do Teatro Tivoli BBVA abertas à cidade de Lisboa, promovendo um espaço para que os mais variados espectáculos e eventos tenham um palco de excelência para se apresentarem aos diversos públicos”, afirmou Paulo Dias, que teve a companhia na apresentação de Ana Carvalho, directora da sala de espectáculos.

A programação do centenário resulta de várias parcerias com algumas das principais instituições culturais da cidade de Lisboa, como a Orquestra Gulbenkian, o Teatro Nacional D. Maria II, o Teatro Nacional de S. Carlos, a Orquestra Metropolitana de Lisboa, a Companhia Nacional de Bailado e o Hot Club de Portugal, que no passado apresentaram espectáculos no teatro.

Na programação com parceiros culturais da cidade, a UAU volta a trazer a Portugal os Stomp e Slava Snowshow, entre outros espectáculos provenientes de Espanha, Argentina, Canadá, França, Estados Unidos da América, Brasil e Reino Unido.

Os espectáculos que anualmente marcam presença no palco do Teatro Tivoli também farão parte da programação especial: “Impossível ao Vivo”, de Luís de Matos, “Commedia à la Carte” e o Festival de Cinema Leffest. Haverá ainda espaço para obras comissionadas para o centenário que resultarão de convites feitos a artistas de áreas culturais distintas.

A celebração do centenário será ainda assinalada nos mais diversos espaços do Teatro Tivoli BBVA, para que “todos possam conhecer o teatro, a sua história e as suas representações artísticas e culturais”. Serão promovidas as seguintes actividades no teatro, com entrada livre: ciclo de cinema; ciclo de conferências no Sótão; concertos sem hora marcada no átrio do teatro e espectáculos para a infância.

Paulo Dias revelou que o Teatro Tivoli BBVA é a sala do país que mais espectadores tem. Só nos primeiros oito meses do ano foram 130 mil e, disse o administrador, podem chegar aos 170 mil no final do ano.

Informou ainda que, desde que a UAU adquiriu aquela sala, foram feitos cerca de quatro milhões de euros em obras.

Inauguração com “pompa e circunstância”

Segundo a história do Tivoli publicada na sua página de Internet, aquela sala foi uma aposta do empresário Frederico de Lima Mayer, “homem requintado e de grande cultura”, que pretendia, à semelhança das congéneres europeias, “dotar Lisboa de um espaço exclusivamente dedicado ao culto da sétima arte, movimento então em ascensão por todo o mundo, mas onde fosse possível apresentar também outro tipo de espectáculos”.

O Tivoli abriu, “com pompa e circunstância”, as portas para a Avenida da Liberdade em 1924. “O frio que conquistara Lisboa nessa noite de 30 de Novembro, não impediu a sociedade lisboeta de se vestir a preceito para estar à altura do acontecimento. Ainda na era do cinema mudo, visionou-se o filme Violetas Imperiais e em 1930, após instalação da tecnologia adequada, foi apresentado o filme sonoro, A Parada do Amor”, é ainda revelado.

Projectado pelo arquitecto Raul Lino, o Cine-Teatro Tivoli “rapidamente se afirmou como espaço moderno, de características únicas e apto a satisfazer as necessidades dos apreciadores de diferentes manifestações artísticas e culturais: “O seu estilo neoclássico, de formas acentuadas e cobertura em forma de cúpula revestida de telha preta, emprestava-lhe a personalidade própria dos teatros franceses, o que conferiu à Av. da Liberdade um certo sabor a boulevard parisiense, já antevisto pelos seus jardins e espaços de lazer a lembrar os Campos Elísios. No interior, o estilo adoptado está presente nos motivos decorativos da sala e nas opções de enquadramento do proscénio.”

Tendo mudado de mãos várias vezes ao longo das últimas três décadas, o Teatro Tivoli é hoje pertença da UAU, “uma produtora de espectáculos nacional que pretende manter o espaço activo, produzindo mais e melhores eventos, espectáculos, conferências, galas televisivas, concertos, anúncios publicitários e quaisquer outras manifestações que se enquadrem na sua essência multi-facetada”. Esta aquisição “apenas foi financeiramente possível com o apoio do BBVA, que assumiu o naming do teatro”.Em 1997, setenta e três anos depois da sua inauguração, o espaço foi classificado Imóvel de Interesse Público.

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