Petróleo ultrapassa os 95 dólares

Arábia Saudita defende que o corte na produção de crude não é uma jogada da OPEP e da Rússia (OPEP+) para fazer subir preços nos mercados internacionais.

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Os cortes da OPEP e dos seus aliados deverão retirar do mercado cerca de 1,66 milhões de barris de petróleo por dia até ao final do ano Reuters/Dado Ruvic
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O barril de Brent do mar do Norte, que serve de referência às importações portuguesas de petróleo, continua a subir nesta terça-feira e ultrapassou já a barreira dos 95 dólares.

A meio da manhã, estava a negociar em Londres nos 95,07 dólares, a subir 0,58% face à véspera. Na mesma medida, a referência norte-americana, o WTI, negociava também acima dos 92 dólares, a subir mais de 1%.

Os preços, que estão em máximos de dez meses, continuam a acusar os receios de uma escassez de crude na recta final do ano, depois de a Arábia Saudita e a Rússia terem anunciado cortes na produção que irão retirar do mercado cerca de 1,3 milhões de barris por dia.

E isto num momento em que a economia chinesa dá sinais de estar finalmente a ultrapassar os efeitos da paragem forçada da actividade imposta por Pequim para combater a covid-19, o que parece indicar que os preços continuarão elevados.

“Esperamos que o Brent continue a negociar num intervalo entre os 90 e os 100 dólares nos próximos meses, com um preço-alvo de 95 dólares no final do ano”, disse à Reuters o analista da UBS Giovanni Staunovo.

Apesar de ser certo que a Arábia Saudita controla a Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP), alinhada com a Rússia, na versão que é conhecida como OPEP +, e que as reduções voluntárias de outros membros do cartel e dos seus aliados poderão reduzir a oferta mundial em 1,66 milhões de barris/diários, o ministro saudita da Energia defende que não se trata de uma jogada para fazer subir preços, mas para limitar a sua volatilidade.

“Podemos vir a reduzir mais [a produção] ou podemos vir a aumentar, queremos que seja clara a mensagem de que isto não se trata de fazer subir os preços”, afirmou Abdulaziz bin Salman, no Congresso Mundial do Petróleo, que decorre esta semana em Calgary, no Canadá.

“Trata-se de tomar a decisão no momento certo, quando temos os elementos e a certeza de que ficaremos numa zona de maior conforto”, disse o ministro, num vídeo disponibilizado no site da CNBC.

Abdulaziz bin Salman criticou ainda a Agência Internacional de Energia (AIE) por ter vindo anunciar recentemente que espera que a procura mundial de combustíveis fósseis atinja o seu pico antes de 2030.

“Nada do que eles alguma vez previram já aconteceu”, afirmou o ministro da Energia da Arábia Saudita, acusando a entidade liderada por Fatih Birol de ter passado a ser uma activista política a favor da descarbonização.

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