Montenegro responsabiliza Governo pelos “quase 100 mil alunos” sem professor
Para o líder social-democrata, “o Governo não só não aprende, como cada vez deixa os alunos com mais dificuldade de aprenderem também”.
O presidente do PSD, Luís Montenegro, responsabilizou esta segunda-feira o Governo pelos "quase 100 mil alunos" sem professor pelo menos a uma disciplina, alegando que a falta de docentes no país se tem agravado anualmente.
"O Governo tem hoje a abertura, na prática, do ano escolar, com o regresso de milhares e milhares de jovens às escolas e às universidades. Temos quase 100 mil alunos que não têm professor a pelo menos uma disciplina. Isto tem-se agravado de ano para ano", disse Luís Montenegro, em Torres Novas, onde hoje inaugurou a sede do PSD local, no âmbito da iniciativa "Sentir Portugal", dedicada esta semana ao distrito de Santarém.
Para o líder social-democrata, "o Governo não só não aprende, como cada vez deixa os alunos com mais dificuldade de aprenderem também".
Para Montenegro, "olhar para as declarações do senhor ministro da Educação, na esteira do que também já tinha dito o seu colega da Saúde e do que diz também a ministra do Ensino Superior e da Ciência, de que é preciso tempo para resolver os problemas, é mesmo caso para dizer que isto é um atraso de vida".
"Este Governo é uma perda de tempo", declarou.
Questionado sobre o que o PSD entende que deveria ser feito para colocar professores mais rapidamente, o líder do partido apontou a necessidade de "fazer uma antecipação dos problemas que já se sabia que iam ocorrer, fazer uma planificação de maneira a ter os recursos humanos mais bem distribuídos, de maneira a não criar este obstáculo nos alunos".
"Mas, neste momento, já só há mesmo uma solução para isto, que é mudar de Governo. É preciso mudar as políticas, é preciso ser mais ousado, é preciso ser mais diligente e é preciso contemplar menos os problemas", apontou.
Antes, no balanço do primeiro dia do "Sentir Portugal", realçou que "um dado que tem passado de uma forma transversal em todos os concelhos" que percorreu é a falta de médicos de família.
"Portanto, o Serviço Nacional de Saúde continua a não dar resposta àquilo que é o mais básico, que é a saúde familiar, e por acção de um governo que já leva oito anos de exercício de funções", declarou, considerando que "chega a ser anedótico ouvir os ministros deste governo" queixarem-se de que "as políticas precisam de tempo e que precisam de ter tempo para resolver os problemas".
Sobre a eventual presença na campanha eleitoral para as regionais na Madeira ou no domingo, dia do sufrágio, dado que a iniciativa "Sentir Portugal" no distrito de Santarém acaba na sexta-feira, quando termina a campanha eleitoral no arquipélago, Montenegro respondeu: "A seu tempo nós diremos o que faremos ainda até ao fecho das urnas na Madeira. (...) Logo vemos."