Apps de encontros na Austrália devem ter políticas de segurança contra violência sexual

Tinder, Bumble e Hinge têm até 30 de Junho para desenvolverem código de segurança sobre o perfil dos utilizadores. Se os padrões de segurança não forem suficientes, Governo avança com legislação.

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Austrália obriga apps de encontros a reforçarem política de segurança para acabar com violência sexual Yogas Design/Unsplash
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O Governo australiano anunciou, esta segunda-feira, que as aplicações de encontros Tinder, Bumble e Hinge têm até 30 de Junho de 2024 para desenvolverem, de forma voluntária, um código de conduta que dê respostas às preocupações dos utilizadores sobre segurança e que previna eventuais casos de violência sexual.

A medida, que foi divulgada por Michelle Rowland, ministra das Comunicações do país, surge depois de uma investigação do Instituto Australiano de Criminologia, publicada no ano passado, que concluiu que três em cada quatro utilizadores de apps ou sites de encontros foram alvo de alguma forma de violência sexual entre 2017 e 2021, escreve a AP.

“O Governo está preocupado com as taxas de assédio sexual, linguagem abusiva e ameaçadora, imagens sexuais não solicitadas e violência facilitada por estas plataformas”, afirmou, citada pela mesma agência.

No Twitter, a ministra adianta que melhorar os padrões de segurança das apps de encontros é essencial, uma vez que estas plataformas são “a maneira mais comum de conhecer uma pessoa na Austrália”.

Assim, além de tornar mais fácil o envolvimento das autoridades policiais nos casos de violência sexual, o código de conduta poderá ainda ter de reforçar a política de segurança e prestar apoio aos utilizadores que sejam alvo da agressão. No entanto, acrescentou Michelle Rowland, se os padrões de segurança não forem suficientes, o Governo australiano vai impor legislação e regulamentação sobre o tema.

Questionadas pela AP, as três empresas que detêm as aplicações de encontros mais populares no país — Tinder, Bumble e Hinge — optaram por não comentar a medida. Por outro lado, a iniciativa tem sido apoiada por empresas australianas do sector da informação e comunicação e investigadores ligados ao sector da tecnologia que acreditam que melhorar a segurança aumentaria a rapidez da resposta aos utilizadores que forem vítimas de agressão sexual.

“Uma das coisas que preocupa os utilizadores das aplicações de encontros é a sensação que as reclamações vão para o vazio ou há uma resposta que parece automatizada ou não responsiva num momento em que se sentem bastante inseguros ou angustiados”, declarou Kath Albury investigadora da Universidade de Tecnologia em Melbourne.

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