Três freiras detidas por suspeita de maus tratos em lar juvenil em Vila Viçosa
Freiras foram presentes a juiz, tendo ficado em liberdade, com termo de identidade e residência e impedidas de manter contactos com jovens enquanto o processo decorrer, diz Arquidiocese de Évora.
Três freiras foram detidas por suspeitas de maus tratos físicos e psicológicos num lar juvenil em Vila Viçosa, confirmou nesta sexta-feira a Arquidiocese de Évora, que acompanha com "atenção, prudência e cuidado" este caso.
Em comunicado, a Arquidiocese de Évora explica que tomou conhecimento de um processo a decorrer no Ministério Público por suspeitas de maus tratos no Lar Juvenil Dona Amália Tenreiro Cordeiro Vinagre, em Vila Viçosa, instituição que acolhe e acompanha crianças e jovens em risco. Segundo apurou o PÚBLICO, vivem neste lar entre 10 e 15 crianças e jovens menores de idade, que estão à guarda do Estado.
"Esta resposta social está integrada na Santa Casa da Misericórdia de Vila Viçosa e integra no seu quadro de pessoal uma comunidade das Irmãs do Amor de Deus, congregação presente naquela localidade há mais de 50 anos", lê-se no documento. O PÚBLICO contactou também a Santa Casa da Misericórdia para tentar obter mais detalhes sobre o caso, mas informaram-nos de que não se encontrava no local nenhum responsável que pudesse prestar mais esclarecimentos. Contactou-se também o lar, tendo recebido resposta semelhante.
De acordo com a Arquidiocese de Évora, "três das quatro religiosas" que formam a comunidade foram detidas preventivamente na terça-feira e presentes a um juiz no dia seguinte.
"Foram colocadas em liberdade, com termo de identidade e residência (TIR) e impedidas de manter contactos com jovens enquanto o processo decorrer", lê-se no comunicado.
Por iniciativa das religiosas, segundo a Arquidiocese de Évora, durante o decurso do processo, "fixarão residência noutra casa" da congregação.
"A arquidiocese acompanha o caso com atenção, prudência e cuidado. A prioridade clara será sempre assegurar a protecção e segurança das crianças e jovens, ao mesmo tempo que se aguardam os cabais esclarecimentos sobre os factos", lê-se no documento.
Segundo apurou o PÚBLICO junto do Comando Territorial de Évora da GNR, a investigação deste caso decorria desde Março, após a denúncia de uma pessoa que prestava serviços na instituição, mas não era funcionário.
Notícia alterada às 17h25: acrescenta informação prestada pela GNR