Há 120 mil estudantes deslocados e só 15 mil camas em residências públicas?
Secretário-geral do PCP entregou um projecto de lei para aumentar o complemento para alojamento e o seu alargamento a todos os estudantes deslocados.
A frase
Há perto de 120 mil estudantes deslocados e há apenas 15 mil camas em residências públicas.
Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP
O contexto
O líder dos comunistas fez esta declaração esta quinta-feira durante um encontro com a JCP em frente ao antigo edifício do Ministério da Educação, na Avenida 5 de Outubro, em Lisboa, que está fechado desde 2018 e onde, em 2019, António Costa prometeu a sua adaptação para se tornar uma residência universitária com 600 camas. Raimundo anunciou também a entrega no Parlamento de um projecto de lei para aumentar o complemento para alojamento e o seu alargamento a todos os estudantes deslocados, o alargamento do complemento de deslocação a todos os alunos bolseiros deslocados e o levantamento, até ao final deste ano, de todos os edifícios públicos que possam vir a servir de residência.
Os factos
Segundo dados do Ministério da Ciência e Ensino Superior, em 2022 estavam deslocados da sua área de residência 119.887 alunos do ensino superior, o que corresponde a 29,1% do total de universitários.
No que diz respeito às camas disponibilizadas em residências universitárias públicas, o último grande mapeamento apontava para 15.370, um número que se mantém quase inalterado desde então, 2018. Tem havido intervenções pontuais em residências universitárias públicas mas mais de requalificação.
O Plano Nacional para o Alojamento do Ensino Superior (PNAES) apresentado em 2018/2019 previa a conclusão de mais 2492 vagas em 2020 e 2705 em 2021, mas essas metas não foram cumpridas.
Em resumo
A afirmação de Paulo Raimundo é verdadeira.