Cinco dias de concertos a atravessar Lisboa de som: Vale Perdido chega em Novembro

Dividindo-se entre a Igreja de St. George, B. Leza, LISA e 8 Marvila, cruzando diferentes expressões musicais, apresenta em cartaz, de 15 a 19 de Novembro, Luke Vibert, Nihiloxica ou Joanna Sternberg.

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Os Nihiloxica, banda nascida no Uganda, são um dos destaques de uma programação ecléctica Marco Meazza
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Luke Vibert actua no espaço 8 Marvila dia 18 de Novembro DR
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O músico japonês Fujita Yosuke, que assina FUJI||||||||||TA, com o seu órgão de tubos DR
,Eu me peguei
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A cantora e compositora norte-americana Joanna Sternberg DR
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Maria Reis actuará na mesma noite que Joanna Sternberg, dia 16 de Novembro Beatriz Blasi
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As Batucadeiras das Olaias trarão a tradição cabo-verdiana ao Vale Perdido B. Leza Clube
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Espalha-se por três espaços distintos de Lisboa, atravessando a cidade da Estrela até ao Cais do Sodré, avançando a oriente até Marvila. Espraia-se pelo território, reunindo músicos de quatro continentes (Europa, Ásia, África e América do Norte), numa abrangência musical que passa pela música tradicional, pela electrónica, jazz, folk e pela música exploratória. Vale Perdido, é esse o nome dado aos cinco dias de música que, entre 15 e 19 de Novembro, levarão à Igreja de St. George, B. Leza, LISA e 8 Marvila nomes como Joanna Sternberg, Luke Vibert, Batucadeiras das Olaias, Maria Reis, Nihiloxica ou Gabriel Ferrandini em dupla com Xavier Paes.

Definido como “a materialização de um desejo de partilha de música livre de constrangimentos formais, assumidamente ecléctica e aventureira”, Vale Perdido nasce da vontade de Sérgio Hydalgo (programador cultural independente, durante vários anos associado à Galeria Zé dos Bois), Joaquim Quadros (programador dos espaços VAGO e LISA) e Gustavo Blanco (produtor do Sónar Lisboa).

Os dois primeiros dias serão demonstrativos do espírito que anima este Vale Perdido. 15 de Novembro, a Igreja de St. George acolhe o artista sonoro japonês Fujita Yosuke, que assina como FUJI

TA, um explorador da dimensão ritual e espiritual da música, algo que persegue através da procura de novos sons nos instrumentos que utiliza e que são, na sua maioria, criados pelo próprio. Na Igreja de St. George ouviremos o órgão de tubos que construiu e que manipula manualmente – ouviremos, também, antes de Fujita Yosuke, o cuidado rendilhado de samples, material histórico de diversas proveniências, recortados e recontextualizados, que estão na base do trabalho de Polido, ou seja, o músico João Polido Gomes, explorador das intersecções entre memória cultural, música e política.

No dia seguinte, o Vale Perdido muda-se para o B. Leza. Na primeira parte da noite, as canções incisivas de Maria Reis, nome de destaque absoluto na música portuguesa recente, inicialmente através das Pega Monstro e, agora, através de um percurso a solo onde se incluem álbuns como o celebrado Benefício da Dúvida. Depois, será tempo de conhecer Joanna Sternberg, cantautora norte-americana que, nos álbuns Then I Try Some More (2019) e I’ve Got Me, editado este ano, nos mostra canções equilibradas entre a gentileza luminosa de Melanie e a força primeva do canto de Karen Dalton.

Os dias seguintes, no espaço 8 Marvila, serão dedicados à dança e à exploração electrónica. Primeiro, dia 17, o foco estará nos Nihiloxica, banda nascida no Uganda que faz confluir no mesmo espaço os ritmos tradicionais ugandeses, pela força e dinâmica das percussões Buganda, e o techno nascido e aprimorado no Ocidente. Associados ao muito activo e influente colectivo/editora Nyege Nyege, fundada em Kampala, capital do Uganda, os Nihiloxica vêm apresentar o seu segundo álbum, Source of Denial, dança furiosa e interventiva perante a iniquidade das políticas migratórias europeias. Será um dia em viagem através do ritmo: além dos Nihiloxica, a tradição cabo-verdiana das Batucadeiras das Olaias e DJ sets de Patrícia Brito e da francesa Kléo, sedeada há muito em Amesterdão. Dia 18, Marvila será centro de clubbing, com sets de DJ Caring, Violet, Ricardo Grüssll & Tadas Quazar e, em destaque, Luke Vibert, britânico que deixou marca na electrónica dos últimos 30 anos, numa abordagem vanguardista ao techno ou drum’n’bass e parcerias com, por exemplo, Aphex Twin.

O Vale Perdido encerrará dia 19, na LISA, como um espaço em aberto. É isso, abrir paisagem para algo novo, que se espera do encontro entre o baterista e compositor Gabriel Ferrandini, que firmou uma vincada voz autoral nos álbuns Volúpias e Hair of the Dog, e o artista multidisciplinar Xavier Paes, integrante de colectivos como Favela Discos ou a Orquestra Improvisatória Em Chame. A noite encerrará com o set de A:DI, ou seja, Adrien Franklin.

Os bilhetes estão disponíveis através da aplicação DICE. O preço dos bilhetes individuais varia entre os 10€ e os 20€. Haverá também um passe conjunto para os dias 17 e 18, no valor de 30€.

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