Marcha pelo clima desta sexta-feira foi transferida para Oeiras

Acção foi transferida para o Ministério Público de Oeiras por causa de jovens detidos. Estudantes exigem fim dos combustíveis fósseis até 2030 e transição para electricidade renovável até 2025.

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Marcha pelo clima realizada em Novembro de 2022 Nuno Ferreira Santos
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A Greve Climática Estudantil está a voltar às ruas, nesta quinta-feira, com um bloqueio ao edifício que ia receber o Conselho de Ministros, e, na sexta-feira, com uma marcha para exigir o fim dos combustíveis fósseis até 2030. A acção tinha sido marcada para começar às 10h na Cidade Universitária, em Lisboa, mas os planos mudaram nesta quinta-feira à tarde depois de alguns jovens terem sido detidos durante o bloqueio desta quinta-feira.

“​A marcha (...) vai passar a ser no Ministério Público de Oeiras à mesma hora [10h], em solidariedade com as estudantes detidas”, de acordo com um comunicado da Greve Climática Estudantil. A marcha está integrada num movimento global associado ao Fridays for the Future com greves, marchas e outras acções que decorrem por estes dias, concentrando-se neste fim-de-semana. São mais de 700 eventos pelos vários continentes, a maioria na Europa.

O movimento português que se iniciou em 2019 e que tem organizado vigílias, greves, marchas, ocupações de escolas e universidades promete continuar a lutar pelo fim de uma economia baseada no uso de combustíveis fósseis, responsáveis pelo aumento da concentração de gases com efeito de estufa e as subsequentes alterações climáticas, que neste Verão estiveram associadas a diversos eventos extremos.

“Em Portugal, o Governo não está à altura da emergência climática: os seus planos actuais, de investimento em gás fóssil, vão levar-nos ao colapso”, lê-se na convocatória para a marcha, no site da Greve Climática Estudantil de Portugal. “Somos a geração que já nasceu em crise climática, e que se depara com o abismo de não ter um futuro no caos climático, devido à inacção dos governos e instituições.”

Na convocatória, contextualiza-se o reacender da luta depois de se ter vivido “os meses de Junho e Julho mais quentes alguma vez registados”. Para estes estudantes, “o rumo para o qual nos levam os governos e instituições – o do colapso – é inaceitável”, adianta o texto, que associa o problema do clima a uma questão social maior, que toca na vida das pessoas e dos estudantes.

“Sabemos que o crescente investimento em gás fóssil não só se traduz no agravamento da crise climática, e nas consequências catastróficas que disso advêm, mas também em lucro por parte das empresas e na inflação do custo de vida das pessoas, deixando estudantes e a sociedade vulneráveis aos interesses do sistema fóssil”, alega a convocatória.

Nesse sentido, a marcha de sexta-feira exige o fim do uso dos combustíveis fósseis em Portugal até 2030 e a transição para electricidade totalmente “renovável e acessível” até 2025.

“Sabemos que isto implica uma mudança profunda em vários aspectos da sociedade, mas também sabemos que é uma transformação necessária para garantirmos um futuro justo e a nossa sobrevivência enquanto espécie”, advoga a convocatória, prometendo mais luta nos próximos meses se não houver mudanças: “Estamos prontas para, neste Outono, interromper a normalidade não só nas escolas e universidades, mas também nos ministérios, gabinetes e sedes institucionais do Governo.”

Notícia actualizada às 18h05 com o novo local da marcha.