Ucrânia. Portugal prorroga por mais seis meses proteções temporárias a refugiados
Desde o início da guerra na Ucrânia, em 24 de Fevereiro de 2022, Portugal concedeu 57.390 protecções temporárias, 34.602 das quais a mulheres e 22.788 a homens.
Uma nova prorrogação, por mais seis meses, das protecções temporárias concedidas aos refugiados ucranianos vai ser aprovada "muito em breve" pelo Governo, indicou hoje o gabinete da ministra-adjunta e dos Assuntos Parlamentares.
Numa resposta enviada à Lusa, o gabinete da ministra Ana Catarina Mendes referiu que "o Governo considera necessário determinar nova prorrogação da protecção temporária por um período de seis meses, proposta que irá muito em breve a Conselho de Ministros".
O Governo sublinha também que acompanha a intenção da Comissão Europeia de estender até Março de 2024 a protecção temporária a favor de pessoas deslocadas da Ucrânia.
A Comissão Europeia anunciou hoje que vai prolongar a protecção temporária de pessoas deslocadas pela guerra na Ucrânia causada pela invasão russa, adoptada em Março de 2022, garantindo apoio "o tempo que for necessário".
O anúncio foi feito pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no seu discurso sobre o Estado da União em 2023, na sessão plenária do Parlamento Europeu, na cidade francesa de Estrasburgo, onde revelou que "a Comissão irá propor a extensão da protecção temporária aos ucranianos na UE".
As protecções temporárias atribuídas por Portugal aos refugiados da Ucrânia são dadas de forma automática e quando tiveram inicialmente a duração de um ano, tendo o Governo aprovado uma resolução em Março deste ano a prorrogar por seis meses a atribuição desse documento.
Dados enviados à Lusa pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras indicam que desde o início da guerra em 24 de Fevereiro de 2022 Portugal concedeu 57.390 protecções temporárias, 34.602 das quais a mulheres e 22.788 a homens.
Das 57.390 autorizações temporárias, 14.434 foram concedidas a menores, representando cerca de 25% do total, segundo o SEF.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de Fevereiro de 2022 provocando, de acordo com dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e fez nos últimos 18 meses um elevado número de vítimas não só militares como também civis, impossíveis de contabilizar enquanto o conflito decorrer.
A invasão -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.