A Tempestade de Shakespeare como nunca se viu e ouviu em Portugal

Pela primeira vez em Portugal, A Tempestade é acompanhada pela música composta por Sibelius. António Pires encena e Cesário Costa dirige a Metropolitana numa peça com três vozes ucranianas.

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Estelle Valente
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Próspero, duque legítimo de Milão e desterrado para uma ilha longínqua, avança até à boca de cena, baixa os olhos para o fosso da orquestra e parece assustar-se. Sobe-lhe o espanto ao rosto, perante a ameaça da música de Sibelius, as notas em ondulações, altos e baixos a fustigar, lá atrás, os corpos da tripulação que navega ao largo da ilha. Próspero (Rogério Boane), que viu o poder usurpado pelo seu irmão traidor, António (Duarte Guimarães), escorraçado e exilado até encontrar refúgio nesta ilha, encomenda aos espíritos a tempestade que há-de levar o grupo a naufragar, assim fazendo desabar a sua vingança sobre aqueles que lhe roubaram a vida anterior na cidade italiana. Sob trovões e sacudidos pela agitação do mar, todos gritam uns com os outros, os marinheiros rezam e dão as suas vidas por perdidas, aceitam que a morte está a caminho e que lhes resta apenas a honra de morrerem ao lado do rei de Nápoles (Luís Lima Barreto).

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