A lista de candidatos ao Prémio Femina ainda é longa, mas Lídia Jorge está lá

Escritora é a única portuguesa entre os 17 candidatos na categoria de romance estrangeiro. Vencedores serão anunciados a 6 de Novembro.

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Lídia Jorge fotografada na sua casa em 2018 Miguel Manso
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A temporada de Outono dos prémios literários em França aproxima-se e, como sempre, o Femina prepara-se para a abrir.

Na terça-feira à tarde o seu júri exclusivamente feminino deu a conhecer a lista com os candidatos nas categorias de romance francês e de romance estrangeiro, deixando para mais tarde – para 3 de Outubro, mais precisamente – o anúncio dos concorrentes ao prémio de ensaio.

Com 16 candidatos ao prémio para o melhor romance francês e 17 ao de melhor romance estrangeiro, esta é ainda a primeira escolha, precisa a imprensa francesa. Só a 24 de Outubro se saberá se a escritora Lídia Jorge, a única portuguesa entre os 17 seleccionados, e o seu Misericordia (edições Métailié) chegarão à shortlist de onde sairá o vencedor, anunciado a 6 de Novembro, tal como os das restantes categorias.

Na lista de 17 candidatos ao prémio Femina para o melhor romance estrangeiro está ainda outra autora que escreve em português, a brasileira Patrícia Melo, autora de Celles qu'ont Tue (Buchet-Chastel).

Han Kang (Impossibles Adieux, Grasset), Nina Allan (Conquest, Tristram), Paolo Giordano (Tasmania, Le Bruit du Monde), Joyce Maynard (L'Hotel des Oiseaux, Philippe Rey) e Louise Erdrich (La Sentance, Albin Michel) também estão na corrida.

Da lista de autores que disputam o prémio de ficção francesa fazem parte, para já, Dominique Barbéris (Une Façon d'Aimer, Gallimard), Lyonel Trouillot (Veilleuses du Calvaire, Actes Sud), Sarah Chiche (Les Alchimies, Seuil) ou Agnès Matthieu-Daudet (Marchands de Sable, Flammarion).

Misericórdia, editado em Portugal pela D. Quixote em 2022, é um romance sobre a velhice e a solidão, escrito na sequência da morte da mãe da autora, no início da pandemia de covid-19, no Lar da Santa Casa da Misericórdia de Boliqueime, onde vivia.

“[Lídia Jorge] escreveu um livro bondoso, amável, como quem luta por aperfeiçoar um mundo onde a esperança parece muitas vezes andar desencaminhada. E como que para sublinhar esta ideia, a personagem afirma numa frase de efeito: ‘Eu sou uma daquelas pessoas que não pensam que a esperança é a última a morrer. Eu penso que a esperança é simplesmente imortal.’”, pode ler-se na crítica que lhe dedicou o Ípsilon, em que José Riço Direitinho garante que a autora descreve neste volume um "lugar de exílio" aonde se chega quando a vida está já perto do fim. Um lugar que é “um espaço concentracionário onde tudo é vigiado, excluindo os pensamentos”.

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