Em ano de centenário, falta ler Natália Correia
A grande figura pública que queria sobretudo ser conhecida e respeitada como poeta continua por descobrir literariamente. Por estes dias, há homenagens e a reedição de um livro de poemas.
Em tempos, o caricaturista Vasco de Castro (1935-2021) projectou uma série de retratos aos poetas do Café Gelo, grupo que começou a reunir-se por volta de 1957 naquele espaço do Rossio, em Lisboa, e incluía nomes como Mário Cesariny, António José Forte, Luiz Pacheco ou Manuel de Lima. A mais conhecida dessas caricaturas não será a da figura mais famosa desse grupo, nem sequer de uma figura comummente associada a ele. Rotunda, olhar frontal dirigido a um lugar impreciso, longa boquilha fumegante entre os lábios. É sempre difícil separar caricatura e retrato quando se fala da escritora, poeta, política, polemista que nasceu há precisamente cem anos na Fajã de Baixo, ilha de São Miguel, arquipélago dos Açores, e aquele trabalho de um dos mais livres artistas plásticos do século XX torna-o evidente. Ali está Natália Correia.
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