Marcelo apela ao diálogo na universidade e espera mais medidas para os jovens

Presidente da República participou na abertura do ano académico na Universidade de Lisboa.

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Marcelo Rebelo de Sousa foi aluno e professor na Universidade de Lisboa LUSA/FILIPE AMORIM
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O Presidente da República aproveitou a abertura do ano académico para dar conta de algumas “preocupações” – como a da falta de diálogo entre os vários intervenientes da universidade e sobre o modelo de financiamento – mas também para defender o “aprofundar” de medidas destinadas aos jovens como a gratuitidade dos passes nos transportes.

Na aula magna da Universidade de Lisboa, onde foi aluno e professor, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que “cativar estudantes”, em “tempo de carestia em pólos urbanos de habitação”, é uma “missão crescentemente árdua", apesar dos “louváveis investimentos em residência e apoios suplementares”.

Outra das preocupações que expressou tem a ver com o modelo de financiamento. “Preocupação porque tenho amiúde dificuldade em entender um ensino superior de futuro no qual os resultados palpáveis em qualidade, de pesquisa de publicação não seja factor também relevante para efeito do financiamento atribuído”, disse, apelando ao diálogo em torno do estatuto da carreira dos investigadores.

Ao mesmo tempo, o chefe de Estado apontou “esperança” quando se referiu a uma das medidas anunciadas na semana passada para o Orçamento do Estado (OE) para 2024 pelo primeiro-ministro, António Costa. “Esperança porque os passes acabados de anunciar para os jovens revela uma atenção que importa manter, acelerar e aprofundar”, afirmou numa alusão à gratuitidade dos passes sub23, que entrará em vigor no próximo ano, caso seja aprovada no OE 2024.

Marcelo apontou a ligação próxima de vários actuais protagonistas políticos à universidade – como o primeiro-ministro, que foi aluno da Universidade de Lisboa, o Presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, “professor empenhado e reputado analista sócio-político", além da ministra do Ensino Superior Elvira Fortunato – para apelar a um esforço conjunto no sentido de “retemperar” o ensino superior.

Elogiando a Universidade de Lisboa como uma “grande casa”, o Presidente deixou uma nota pessoal, dirigindo-se aos docentes mais novos: “Foi aqui que há 57 anos que aprendi a pensar, foi aqui que aprendi a amar, a decidir, foi aqui que aprendi a escolher os valores da minha vida, a lutar por causas, que aprendi a viver cada dia como se fosse o último mas sonhar longe e fundo. E aquilo que na minha vida não correspondeu fielmente o que aprendi, a culpa não foi da universidade, foi minha”.

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