Domínio de Novak Djokovic traduz-se agora em 24 títulos do Grand Slam

Aos 36 anos, o tenista sérvio é o mais velho campeão do US Open.

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Novak Djokovic EPA/JUSTIN LANE
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Após dois anos de ausência, em que lhe foi negada a entrada nos EUA por não estar vacinado contra a covid-19, Novak Djokovic regressou ao US Open para conquistar o 24.º título do Grand Slam – uma marca só antes alcançada por Margaret Court, embora metade dos troféus tenham sido conquistados pela australiana antes da Era Open, quando os majors eram reservados a tenistas amadores. Djokovic, de 36 anos, vingou a derrota na final de 2021 perante o mesmo Daniil Medvedev que o impediu, então, de conquistar os quatro torneios do Grand Slam no mesmo ano, e voltou a fazer história. E, pela forma como triunfou, o mais velho campeão do US Open não deverá ficar por esta marca.

“Ocasionalmente, pergunto-me: ‘porque preciso eu disto nesta altura, depois de tudo o que fiz? Durante quanto mais quero continuar?’ Mas sabendo que estou a jogar ainda ao mais alto nível e a ganhar os maiores torneios… não quero largar a modalidade enquanto estou no topo”, explicou Djokovic, após a conquista do quarto título no US Open.

“Não pus nenhum número na minha cabeça de quantos Slams quero ganhar. Vou continuar a dar-lhes prioridade como os meus mais importantes e onde quero jogar o melhor ténis”, acrescentou o sérvio.

O mais incrível é que Djokovic não precisou de jogar o melhor ténis, que já exibiu noutras ocasiões, embora a qualidade continue alta e, aliada à experiência e determinação com que compete, continua a ser superior aos seus rivais. Mesmo quando, a partir de meio do segundo set, as forças pareceram abandoná-lo, Djokovic soube mudar a forma de jogar, procurou pontos curtos e surgiu mais vezes à rede, atrás do serviço.

Mais tarde, confessou que foi a sua filha, sentada na primeira fila, ao contrário da restante família, que com o seu sorriso e punho fechado lhe deu a energia necessária para se aguentar até ao fim do set. E foi a filha a primeira a ser abraçada por Djokovic após a conclusão do match-point. Depois regressou ao banco onde trocou a camisola por uma t-shirt de homenagem ao falecido basquetebolista Kobe Bryant, que ostentava o número 24 quando competia na NBA.

A t-shirt foi pensada uns dias antes e dizia “Mamba Forever”, referindo-se à alcunha de Kobe. “Kobe era um amigo chegado e conversámos muito sobre a mentalidade de um vencedor. Quando eu estava lesionado, ele foi das pessoas em quem mais confiei”, revelou Djokovic.

Medvedev voltou a confirmar durante a quinzena que é dos melhores tenistas em hardcourts e a vitória nas meias-finais sobre Carlos Alcaraz ficará para sempre como uma das suas melhores exibições em Nova Iorque. Só que o russo apostou teimosamente na mesma táctica: responder ao serviço longe do court, bons serviços e consistência durante as trocas de bola mais longas. Só que não teve engenho para a alterar, nem que fosse pontualmente, em especial, no final do segundo set, quando Djokovic teve uma notória quebra física.

Medvedev chegou a dispor de um set-point, a 6-5, mas escolheu mal a direcção do passing-shot. Se tivesse optado pela esquerda ao longo, Djokovic não teria ganho com os parciais de 6-3, 7-6 (7/5) e 6-3.

Com o título no US Open, este foi o quarto ano em que Djokovic venceu três majors no mesmo ano (2011, 2015, 2021 e 2023) – mais a final em Wimbledon – e retoma naturalmente a liderança do ranking mundial, pela 390.ª semana.

O US Open fechou com novos recordes de afluência: 799.402 visitantes durante os 14 dias de competição – ou 957.387 se juntarmos as entradas gratuitas da semana anterior, a US Open Fan Week. Pela primeira vez num só dia, na quarta-feira da primeira semana, mais de 73 mil fãs entraram no Billie Jean King National Tennis Center e o último fim-de-semana registou igualmente novos recordes: 28.143 no sábado e 28.804 no domingo.

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