Festival Iminente que reflectir sobre uma Lisboa “sem margens, só com centros”

Edição 2023 decorre a 14 e 15 de Outubro no Terreiro do Paço.

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Pedro Mafama é um dos artistas alinhados para a próxima edição do Festival Iminente Matilde Fieschi

Depois de uma permanência inicial em Oeiras, seguida de uma aterragem no Panorâmico de Monsanto e de dois anos na Matinha, o festival Iminente faz em 2023 um takeover do Terreiro do Paço, em Lisboa, para "pensar numa cidade sem margens, só com centros", anunciou esta segunda-feira a organização, confessando que a ocupação deste "espaço de património", marcada para 14 e 15 de Outubro, representa "um desafio muito grande".

"Estamos habituados à liberdade de nos expressarmos nas paredes, nas ruas, mas [o Iminente acontecer no Terreiro do Paço] é fundamental enquanto espaço de visibilidade. É importante mostrar neste centro que existem outros centros, e que as pessoas podem ir descobri-los e conhecê-los", disse à Lusa a directora do festival, Carla Cardoso, à margem da conferência de imprensa desta tarde. A apresentação decorreu no Bairro do Rego, um dos locais onde o festival está a desenvolver, desde Junho, "workshops comunitários".

Entretanto, a 16, 17, 23 e 24 de Setembro, haverá "dias abertos" em cada um destes bairros (Alta de Lisboa, Rego, Vale de Alcântara e Vale de Chelas), para dar a conhecer os resultados dos workshops às comunidades locais, mas que também são acessíveis ao público em geral.

O cartaz musical deste ano inclui Ferro Gaita, Omar Souleyman, Pedro Mafama, Batucadeiras das Olaias, Rita Vian, Sam The Kid, Pongo, Dino D'Santiago, Branko, Família Gitana, entre muitos outros.

Entre os artistas visuais contam-se Vhils, um dos fundadores do Iminebte, Cássio Markowski, Dish e Fiumani, aos quais se juntam ainda Ângela Ferreira, Piny e Scúru Fitchádu, reunidos para uma instalação a propósito dos 50 anos da revolução de 25 de Abril de 1974.

"Vamos trazer todas as comunidades que têm trabalhado connosco ao longo destes anos", disse Carla Cardoso, explicando que o Iminente quer mostrar uma outra cidade, "uma outra Lisboa", ao país e aos turistas. Para isso, os artistas foram convidados a trabalhar "sobre a ideia de descentralizar" e a pensar numa cidade "sem margens, só com centros".

Além dos concertos, que irão acontecer em três palcos, e das instalações artísticas, o Iminente acolherá conversas, performances, gastronomia, desportos urbanos e lojas de projectos independentes e associações.

A lotação do recinto, que terá entrada gratuita, ainda não está definida.