O triunfo da arte e diáspora africanas em Londres

A diáspora africana ocupou a ribalta do mundo da arte contemporânea em Londres neste Verão. E mais do que uma fixação com a História, trouxe consigo a ideia do futuro enquanto possibilidade infinita.

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Aida Muluneh, "Star Shine Moon Glow, Water Life" (2018)
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Os dias estivais levaram a palco, em Londres, um conjunto inédito de exposições ambiciosas e monumentais sobre vídeo e fotografia em contextos africanos e afro-diaspóricos. É um momento particularmente significativo, enquanto culminar de um crescendo de interesse global nestes temas nas últimas três décadas, e como ponto de viragem que permite entrever no horizonte novas exigências de pensamento sobre o futuro da identidade e da representação. A Tate Modern acolhe, até Janeiro de 2024, no edifício Blavatnik, uma visão panorâmica intitulada A World in Common: African Contemporary Photography, reunindo mais de uma centena de obras de 36 artistas africanos e afro-descendentes à volta de temas comuns, de um modo geograficamente abrangente, e incluindo, para além do suporte fotográfico, vídeo e instalação. Do outro lado do rio Tamisa, a Tate Britain consagrou (até meados de Agosto) a maior retrospectiva de sempre ao artista e cineasta inglês Isaac Julien, satisfazendo um desígnio há muito por cumprir, meses depois de se tornar o terceiro e último artista negro a receber a mais alta condecoração da rainha. What Freedom is to me revisita quatro décadas de trabalho desde o seu filme de culto, ainda como membro do colectivo Sankofa, Looking for Langston (1989), uma invocação do poeta Langston Hughes que lançou o chamado “novo cinema queer”, até às recentes meditações poéticas em instalações monumentais com múltiplos ecrãs.

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