Tal como acontecera há dois anos, Portugal ficou-se pelos oitavos-de-final do Europeu de voleibol, desta vez eliminado pela Ucrânia por 3-0 (20-25, 19-25 e 22-25). Em Varna, na Bulgária, a selecção nacional raramente teve resposta para uma Ucrânia muito forte no bloco e bem mais consistente no serviço, e só naquele que viria a ser o último set é que esteve perto de, pelo menos, vencer um jogo. Os ucranianos vão agora defrontar nos “quartos” um dos favoritos, a Eslovénia, e Portugal pode ficar com a consolação de ter cumprido a “obrigação” de, pelo menos, igualar a prestação no EuroVolley 2021.

Depois de ter fechado a fase de grupos com um brilhante triunfo sobre a Turquia (3-2), os homens de João José tinham pela frente uma Ucrânia que tinha mostrado algumas fragilidades na fase de grupos (derrotas com Eslovénia, Croácia e Bulgária). Mas a selecção nacional não conseguiu transportar esse bom momento para a fase a eliminar. Conseguiu alguns momentos de equilíbrio durante o jogo, mas os ucranianos acabaram sempre por impor a sua superioridade.

No primeiro set, houve empate até aos 5-5. Os primeiros minutos eram de boas sensações, serviço forte, boa defesa ao ataque (Ivo Casas, já se sabe, é um líbero de classe mundial), mas foi passageiro. Alguma previsibilidade na distribuição de Miguel Tavares fazia com que o bloco dos ucranianos estivesse sempre bem posicionado. E a vantagem chegou rapidamente até aos 10-18. Quando Portugal recuperou o serviço, Alexandre Ferreira conseguiu anular boa parte dessa vantagem (16-18), mas a Ucrânia acabaria por fechar a 20-25.

O segundo set foi equilibrado durante mais tempo, com Portugal a conseguir até uma vantagem de dois pontos logo no início a 3-1 (a única vez que tal aconteceu em todo o jogo), mas acabou por seguir no mesmo sentido do primeiro. Houve equilíbrio até aos 13-13, mas a Ucrânia voltou a fugir no marcador e fechou a 19-25.

Com tudo em jogo no terceiro set, Portugal finalmente conseguiu entrar na luta. Lourenço Martins foi importante a levar a selecção portuguesa à discussão do parcial. Esteve a 20-22 e, depois a 22-24, mas a Ucrânia conseguiu fechar à segunda bola de jogo.

A estatística mostra onde a Ucrânia ganhou o jogo: mais serviços directos (6/3), mais pontos no bloco (9/5), menos erros na recepção (3/6) e no ataque (4/10). Como tem acontecido em todos os jogos da selecção portuguesa, Alexandre Ferreira foi o melhor pontuador, com 16, seguido de Lourenço Martins (12). Oleg Plotnytski, oposto do Perugia, teve 15 pontos, Illia Kovalov, zona 4 do Barkom, teve 11.

Apesar da eliminação nos “oitavos”, não deixou de ser uma boa prestação portuguesa neste EuroVolley de organização partilhada por Itália, Bulgária, Macedónia do Norte e Israel. Na primeira grande competição com um novo seleccionador, João José, cumpriram-se os objectivos mínimos (fazer o mesmo de 2021), mas com mais vitórias na fase de grupos (três) e um melhor posicionamento para os “oitavos” (segundo lugar, apenas atrás da França).

Nesta sétima participação (terceira consecutiva) em fases finais do EuroVolley, Portugal irá ficar acima do lugar de 2021 (15.º), e nunca ficará abaixo do 14.º, dependendo a classificação final do resultado dos jogos que ainda estão por disputar nestes “oitavos”. A melhor classificação continua a ser no Euro de 1948, um quarto lugar entre seis selecções participantes.

Neste EuroVolley, já estão definidos vários emparelhamentos dos quartos-de-final. Antes do Portugal-Ucrânia, já se sabia que a Eslovénia, vice-campeão europeu, ia ser o adversário, depois de um difícil triunfo sobre a Turquia por 3-2 (20-25, 22-25, 25-21, 25-23 e 15-13).

Já na sexta-feira ficara definido outro dos duelos dos “quartos”. A França, que derrotou a Bulgária por 3-0, vai encontrar pela frente a Roménia, que eliminou a Croácia (3-0). A Itália também seguiu em frente com um triunfo fácil sobre a Macedónia do Norte por 3-0 (25-20, 25-12 e 25-15) e vai defrontar o vencedor do Países Baixos-Alemanha.

Neste domingo, ficarão definidos os restantes apurados dos jogos Polónia-Bélgica e Sérvia-República Checa.