Na contra-ofensiva, as forças da Ucrânia “estão mais uma vez a exceder as expectativas”, diz Stoltenberg

“Nunca vimos tantas minas serem usadas numa guerra como na Ucrânia”, lamentou o secretário-geral da NATO. Stoltenberg garante que os aliados vão manter o apoio à Ucrânia.

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Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO, esta manhã em Bruxelas EPA/OLIVIER HOSLET
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A contra-ofensiva do Exército da Ucrânia para abrir as linhas de defesa montadas pelas forças russas e recuperar território ocupado “talvez não esteja a progredir tanto como desejávamos, mas está a ganhar terreno de forma contínua, algumas centenas de metros a cada dia”, salientou o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, que elogiou o desempenho das Forças Armadas ucranianas desde a invasão do país, em Fevereiro de 2022.

“Nessa altura, os especialistas diziam que Kiev ia cair em alguns dias, e a Ucrânia em algumas semanas. E agora ouvidos os mesmos especialistas queixarem-se da velocidade da contra-ofensiva ucraniana a libertar território. A verdade é que as forças ucranianas estão mais uma vez a exceder as expectativas”, sublinhou Jens Stoltenberg, que participou num debate com os membros da comissão de Assuntos Externos e subcomissão de Segurança e Defesa do Parlamento Europeu, esta quinta-feira, em Bruxelas.

Como lembrou o secretário-geral da NATO, quando o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, deu a ordem para a invasão da Ucrânia, “o Exército russo era o segundo mais poderoso no mundo”. Mas “agora, é o segundo mais poderoso na Ucrânia”, afirmou Stoltengerg, que defendeu o apoio militar da aliança Atlântica e dos Estados-membros da União Europeia à Ucrânia, e identificou desafios e dificuldades.

“Esta é uma guerra de atrito, que sabíamos que ia ser difícil e sangrenta”, lembrou, referindo-se, por exemplo, quantidade de minas que as forças russas distribuíram pela linha da frente. “Nunca vimos tantas minas serem usadas numa guerra como na Ucrânia”, lamentou.

O líder da NATO garantiu que os aliados vão manter o apoio à Ucrânia, nomeadamente assegurando que todos os sistemas que foram entregues até ao momento continuam a funcionar: “Isso implica peças, manutenção e principalmente munições”, apontou. “O debate público está talvez demasiado focado em novos sistemas”, como é o caso dos aviões de combate F-16 que os Países Baixos e a Dinamarca já prometeram disponibilizar à Ucrânia, depois de terminar o programa de treino de pilotos.

Para Jens Stoltenberg, a prioridade passa por aumentar a produção de munições para sustentar as necessidades do Exército ucraniano. “Já esgotámos os nossos stocks e precisamos de produzir mais”, insistiu, acrescentando que para a indústria poder responder, é preciso avançar encomendas e “começar a assinar contratos”.

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