Falésia, a melhor praia do mundo
“Este é o meu retiro, o meu porto de abrigo”, escreve o leitor Mário Menezes, a propósito deste canto de Albufeira.
Portugal é um país completo para ser visitado. Riquíssimo em História e cultura, maravilhas da natureza, lindas cidades, um clima ameno com muitas horas de sol, céu azul durante grande parte do ano, belíssimas praias e a melhor gastronomia do mundo, com grande destaque para o peixe.
O Algarve é a meca do Verão. Ainda antes da Páscoa, arranca a época de praia, que se prolonga por Outubro adentro, mas mesmo no Inverno é o local ideal para recarregarmos as nossas baterias, respirarmos ar puro, fazermos caminhadas à beira-mar ou mesmo uns passeios de bicicleta pelos trilhos e pelas ciclovias. E até mesmo dar um mergulho!
Albufeira é a cidade mais central do Algarve. A cerca de três horas de Lisboa, com diversas praias, excelentes restaurantes, hotéis de luxo e uma vida nocturna muito animada. Destaco obviamente a praia da Falésia. Os seus quase 6km de extensão, entre o Barranco das Belharucas, de onde, com a maré baixa, podemos aceder a Olhos de Água, famosa terra de pescadores, até ao limite do concelho de Albufeira, onde a Ribeira de Quarteira nos separa do concelho de Loulé, para a elegantíssima Vilamoura. A ribeira que possui cerca de 30km e nasce ao norte de Paderne, pequena aldeia no interior Algarvio.
A praia da Falésia é famosa pelas suas encostas, arribas altas em tons amarelados, rubros, e até esbranquiçados, que contrastam com áreas verdes de plantações de pinheiros manso. Caminhando para o interior é possível também observar figueiras e alfarrobeiras e, claro, laranjeiras. Ali produz-se a laranja mais docinha de Portugal. Existem também os medronheiros que produzem o medronho, de onde se fabrica uma bebida destilada de que não convém abusar! E as amendoeiras em flor!
Este é o meu retiro, o meu porto de abrigo. A cerca de 2km de uma das entradas da praia da Falésia, que lhe deu o nome de Falésia Açoteias, a Aldeia das Açoteias, um dos primeiros aldeamentos turísticos do Algarve. A empresa que o geria entrou em insolvência em finais dos anos de 1990 e actualmente é um condomínio privado, onde muitos "AL" proliferam. A sua mesquita, imagem de marca, ainda permanece intacta. Em tempos foi um aldeamento onde passavam férias pessoas abastadas, entre os quais políticos e desportistas, hoje é um local de veraneio do turismo mais económico.
Quando saio de casa aproveito para caminhar até à Quinta do Mel, passando pelo local onde anualmente se realiza o "Cross das Amendoeiras", um evento desportivo, e daí até à praia do Alfamar, sensivelmente a meio do areal, junto ao Hotel Alfamar, hotel antigo, famoso, com acesso directo à praia, e que de momento se encontra encerrado. Daqui, seguindo para o lado esquerdo do areal, chegamos à famosa praia dos Tomates. Se seguirmos para o lado direito, encontramos dois hotéis de luxo com acesso directo à praia com os seus passadiços de madeira, um deles onde é possível aceder à sua plataforma de elevador e observar a vista sobre o mar e sobre a envolvente do extenso areal.
De bicicleta é possível percorrer diversos trilhos planos até Vilamoura. O regresso pode ser feito pelas ciclovias que circundam a Estrada de Vilamoura cruzando uma das pontes de madeira mais famosas do mundo dos cicloturistas!
À noite a Praceta do Pinhal é ponto de encontro. Vários restaurantes, cafés e bares, onde se podem provar as melhores pizzas da região e comprar lindíssimos e místicos souvenirs vindos directamente de Bali.
Para cozinhar em casa, no carvão, pois claro, o melhor peixe é mesmo no Mercado Municipal de Olhos de Água. O Zé da Luz é um homem que percebe de mar como ninguém e na sua banca encontramos sardinhas, carapaus, sargos, robalos, entre outros peixes pescados poucas horas antes. Convém ir logo de manhãzinha. Há também bancas de fruta e legumes, uma padaria cujo cheiro do pão regional se sente a vários metros, um talho com carne deliciosa, onde se destaca o porco preto, e até mesmo um café, nada falta ali para começar da melhor maneira as compras do dia!
Os meus gatos também são fãs do Algarve, apesar das viagens de automóvel dentro da caixa lhes causarem bastante incómodo. Não sei se eles conseguem raciocinar em termos de custo/benefício, mas o que é certo é que, na hora do regresso, é preciso ser discreto, pois o siamês pressente que algo se vai passar e desaparece, regressando a altas horas da madrugada!
Viva o nosso Algarve!
Mário Menezes (texto e fotos)