Cabaz IVA zero continua a cair, mas há produtos que aumentaram mais de 30%

A maioria dos produtos abrangidos pela isenção do IVA viu o preço baixar, mas há excepções. Brócolos lideram as subidas dos preços, com um aumento de 44% nos últimos cinco meses.

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Brócolos, laranjas e maçãs foram os alimentos que mais encareceram nos últimos meses NELSON GARRIDO/ARQUIVO
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O cabaz de alimentos com IVA zero continua a sua tendência de descida, tendo já desvalorizado quase 9% desde que a medida entrou em vigor. No entanto, a quebra não é generalizada e há produtos, como os brócolos e as laranjas, que viram o seu preço aumentar mais de 30% desde Abril.

No dia em que o Governo anunciou o prolongamento da medida até ao final do ano, os dados da associação de defesa dos consumidores disponibilizados ao PÚBLICO revelam que a soma do preço dos 41 produtos analisados já caiu 8,45% desde o começo da isenção — menos 11,56 euros face ao valor que estes produtos custavam na semana anterior à entrada em vigor do IVA zero.

Dos 46 produtos que integram a isenção de IVA em bens alimentares essenciais, 41 estão a ser monitorizados pela Deco Proteste. Destes, sete continuam acima do preço praticado a 18 de Abril, o dia em que a medida, posta em prática numa tentativa de mitigar os efeitos da inflação e o consequente agravamento do custo de vida, entrou em vigor.

Os brócolos foram o alimento que mais encareceu para os portugueses. Quando o IVA zero entrou em vigor, um quilo de brócolos custava 2,41 euros. Esta semana, a mesma quantidade deste vegetal está a custar 3,47 euros – um aumento de quase 44%. Segue-se a laranja (mais 36,17%), a maçã golden e gala (17,96% e 7,14%) e o lombo de porco (3,56%) na lista de produtos que mais aumentaram, mesmo passando a estar isentos de IVA.

Em sentido oposto, o óleo alimentar continua a liderar as descidas mais acentuadas (menos -35,9%), com o iogurte líquido (-29,83%), o bacalhau graúdo (-23,74%) e o carapau (-21,4%) logo atrás. Entre os 41 produtos monitorizados, 34 estão hoje mais baratos, com 21 destes produtos a registar uma descida igual ou superior a 7%.

Apesar da descida, os 41 produtos monitorizados que agora estão abrangidos pelo IVA zero estão ainda longe dos valores anteriores ao início da guerra na Ucrânia. A 5 de Janeiro de 2022, o custo total destes produtos era de 113,32 euros. Hoje, o mesmo cabaz está a custar 125,27 euros, mais caro 11,95 euros (um aumento de 10,5%).

Na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros em que a prorrogação do IVA zero no cabaz alimentar até final do ano foi aprovada, a ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Mariana Vieira da Silva, considerou que a medida foi “bem-sucedida” e que cumpriu o propósito, revelando que, no último mês, houve um abrandamento da inflação nos produtos alimentares de 8,6% para 7,3%.

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