Depois de cinco anos a viver num recinto fechado, sem interacção com outros animais, Ruben, “o leão mais solitário do mundo”, foi finalmente libertado de um jardim zoológico privado na Arménia, em Agosto, e levado para um santuário de animais selvagens na África do Sul.
Segundo a Animal Defenders International (ADI), associação que resgatou o animal com a ajuda da companhia aérea Qatar Airways Cargo, o zoo onde Ruben vivia fechou depois de o dono ter morrido, mas o leão continuou a viver lá. As restantes espécies foram levadas para outros locais que, esclarece a ADI, não tinham espaço para receber o animal.
"Os leões são as espécies mais sociáveis dos grandes felinos que vivem em grupos familiares na natureza. Deve ter sido devastador para o Ruben não ter contacto ou comunicação com outros leões", afirmou Jan Creamer, presidente da associação, citada pelo New York Post.
Segundo a ADI, Ruben, 15 anos, estava confinado a uma cela de betão e a falta de exercício físico provocou-lhe problemas de mobilidade. Além disso, estava subnutrido e deixou de ser capaz de rugir.
Em Dezembro de 2022, Jan criou a hashtag #KeepRubenRoaring (manter o Ruben a rugir, em tradução literal) e uma página de angariação de fundos para conseguir levar o animal para o seu habitat natural. O veterinário que examinou Ruben concluiu que o leão tem problemas de visão e neurológicos provocados por uma lesão na coluna vertebral ou no cérebro, lê-se no site da associação.
O santuário da província de Free State, onde agora vive, foi adaptado com rampas e grades de protecção para garantir a segurança do animal, que está a tentar recuperar a mobilidade. Na página de Facebook, a associação adianta que será um processo demorado, mas já se nota uma melhoria nos movimentos.
"Sabemos que vai ser um longo caminho e vai exigir tratamento veterinário contínuo, mas o início da nova vida dele não poderia ter sido melhor", adiantou Jan Creamer, acrescentando que o leão já consegue rugir.