US Open: Alexander Zverev não está acabado

Coco Gauff é a primeira semifinalista teenager do US Open desde 2001. Sabalenka e Zheng também estão em maré alta.

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Zverev derrotou Jannik Sinner Reuters/Geoff Burke
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Alexander Zverev foi o primeiro da geração de 90 a instalar-se no top 10 e o mais novo numa década a chegar ao top 3, em 2017. Já triunfou nas ATP Finals, que reúne os melhores de cada ano (e por duas vezes), conquistou cinco títulos Masters 1000, uma medalha de ouro olímpica e já derrotou Novak Djokovic em hardcourts, Roger Federer em relva e Rafael Nadal em terra batida. Mas falta-lhe um título do Grand Slam, que esteve perto de ser uma realidade em 2020, quando liderou a final do US Open com Dominic Thiem, por dois sets a zero. Quando cedeu o quarto set a Jannik Sinner, nos oitavos-de-final de segunda-feira, as memórias recentes reapareceram, mas Zverev soube manter-se optimista e esteve melhor na selecção das pancadas, para eliminar o número seis do ranking, por 6-4, 3-6, 6-2, 4-6 e 6-3, em 4h41m.

“Acho que posso dizer que estou de volta”, ironizou Zverev, que esteve ausente do US Open em 2022, devido a uma grave lesão no tornozelo. “Claro que preferia que fosse um encontro mais curto, mas, no ano passado, quando não pude competir, foram estes os momentos de que senti falta - até à 1h30 da madrugada, diante de um Arthur Ashe Stadium cheio. Não há nada melhor”, frisou o alemão que, no último set, colocou 74% de primeiros serviços válidos e ganhou 10 de 11 pontos decididos na rede.

“Este é um dos melhores momentos da minha carreira, depois de tudo o que se passou”, assinalou, exausto, muito por culpa da alta temperatura e humidade. Pelo meio, alertou o árbitro para identificar um espectador (posteriormente retirado do estádio) que proferiu a frase que abria o hino alemão na era nazi. “É inaceitável, é inacreditável”, queixou-se Zverev (12.º). E após vencer o mais longo encontro do US Open até ao momento, vai enfrentar Carlos Alcaraz (1.º) nos quartos-de-final.

Daniil Medvedev (3.º) também passou por enormes dificuldades respiratórias no primeiro set com Alex De Minaur (13.º), mas acabou por sentir-se melhor à medida que o encontro foi decorrendo e, depois de “quebrar” o serviço do australiano para fechar o segundo set, dominou: 2-6, 6-4, 6-1 e 6-2. Nos “quartos”, o campeão de 2021 vai defrontar o padrinho da filha, o compatriota Andrey Rublev (8.º).

Nas meias-finais - e estabelecendo um recorde de 47 presenças nesta fase de torneios do Grand Slam - está já Novak Djokovic (2.º), que superou Taylor Fritz (9.º), por 6-1, 6-4 e 6-4.

Antes, Coco Gauff (6.ª) arrasou a letã Jelena Ostapenko (20.ª), autora de 36 erros não forçados, mais de metade dos 58 pontos de que a norte-americana de 19 anos precisou para vencer, por 6-0, 6-2. Gauff é a primeira teenager americana a chegar às meias-finais do US Open desde Serena Williams, em 2001. A próxima adversária sairá do duelo entre Karolina Muchova e Sorana Cirstea.

Mas no quadro feminino, há duas “rainhas” em destaque. Aryna Sabalenka não acusou o peso de ir ocupar o trono do ténis feminino após o US Open e dominou a russa Daria Kasatkina (14.ª), por 6-1, 6-3. Foi a 21.ª vitória da bielorrussa este ano no Grand Slam, depois de ter triunfado na Austrália e sido semifinalista em Roland Garros e Wimbledon.

Já Qinwen Zheng, aos 20 anos, tornou-se a mais jovem chinesa na Era Open a chegar aos quartos-de-final de um torneio do Grand Slam. Zheng tem a alcunha de “Queen”, devido à semelhança fonética com o nome próprio, e foi imperial na vitória sobre Ons Jabeur (5.ª), por 6-2, 6-4.

No ano passado, Zheng ganhou o prémio de maior revelação do WTA Tour, após ter subido do 143.º ao 25.º lugar, sendo a melhor das seis chinesas que figuram no top 100 (23.ª posição). Desde este Verão, a tenista de Shiyan é treinada por Wim Fissette - que trabalhou antes com Kim Clijsters, Victoria Azarenka, Simona Halep ou Naomi Osaka -, mas tudo se deve a Li Na. “Quando ela ganhou em Roland Garros, a primeira asiática a conquistar um torneio do Grand Slam, colocou no meu coração a semente do sonho de que poderia fazer o mesmo”, revelou Zheng.

A chinesa será adversária de Sabalenka nos quartos-de-final de quarta-feira. O outro lugar na meia-final será discutido entre Marketa Vondrousova (9.ª) e Madison Keys (17.ª), que eliminaram tenistas norte-americanas, respectivamente, Peyton Stearns (59.ª) e Jessica Pegula (3.ª).

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