Clima: os fenómenos extremos mais recentes que torturaram África

Secas ou chuvas invulgarmente intensas, ciclones e inundações a destruir as escassas colheitas têm levado várias regiões da África ao limite. Mais longe dos olhos do ocidente, cresce a fome e miséria.

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A seca levou partes da Somália à beira da fome e deixou mais de 23 milhões de pessoas em toda a região a enfrentar uma fome severa GettyImages

A Cimeira Africana sobre o Clima, que se inicia esta segunda-feira em Nairobi, vai centrar-se na forma como o continente se pode adaptar. Os cientistas afirmam que as alterações climáticas estão a provocar fenómenos meteorológicos extremos mais intensos e mais frequentes. Abaixo estão alguns dos exemplos do tempo recorde em África nos últimos anos.

Seca no Corno de África

A Etiópia, o Quénia e a Somália sofreram cinco estações chuvosas consecutivas de 2020 a 2022, na pior seca do Corno de África em décadas.

A seca levou partes da Somália à beira da fome e deixou mais de 23 milhões de pessoas em toda a região a enfrentar uma fome severa, de acordo com o Programa Alimentar Mundial.

Quando as tão esperadas chuvas finalmente chegaram em Março à Somália, foram invulgarmente intensas, provocando inundações repentinas que inundaram casas e terrenos agrícolas, arrastaram o gado e encerraram escolas e instalações de saúde.

Ciclone Freddy

Uma das tempestades mais mortíferas que atingiu África nas últimas duas décadas, o ciclone Freddy passou pelo Malawi, Moçambique e Madagáscar no final de Fevereiro e regressou em Março.

Com uma duração de mais de um mês, o Freddy terá sido o ciclone tropical mais duradouro alguma vez registado. A destruição e as inundações causadas pelo ciclone mataram mais de 1000 pessoas e obrigaram centenas de milhares a abandonar as suas casas.

Inundações na África Ocidental

Em 2022, a África Ocidental e Central sofreu uma das piores inundações de que há registo. Mais de 1500 pessoas morreram e 3,2 milhões ficaram desalojadas em 20 países, segundo as Nações Unidas.

As fortes chuvas e inundações também destruíram colheitas em 1,6 milhões de hectares de terras agrícolas. A Nigéria, o Chade e a República Democrática do Congo foram os países mais afectados.