IL recusa debate de presidenciais e critica carta de Costa a Bruxelas sobre habitação

Rui Rocha diz estar cansado de ver o país “sempre de mão estendida para Bruxelas”.

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Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal António Pedro Santos/Lusa

O líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, admitiu este domingo estar cansado de ver o país "sempre de mão estendida para Bruxelas" e defendeu ser preciso resolver os problemas internos e reconstituir a confiança dos portugueses, sobretudo em matéria de habitação.

"Não quero um país que está sempre de mão estendida para Bruxelas, quero um país que consegue resolver os seus problemas e consegue reconstituir a confiança aos portugueses", afirmou Rui Rocha, em declarações aos jornalistas, à margem de um encontro com militantes na Póvoa de Varzim, no distrito do Porto.

Questionado se, à semelhança do Presidente da República, espera que a Comissão Europeia dê atenção à carta que o primeiro-ministro enviou sobre os problemas de habitação, o líder da Iniciativa Liberal admitiu estar "um pouco cansado" de ver "o primeiro-ministro, António Costa, sempre de mão estendida".

"Confesso que estou já um pouco cansado desta imagem de Portugal e, sobretudo do primeiro-ministro, António Costa, sempre de mão estendida, incapaz de resolver os problemas do país, incapaz de encontrar soluções para os problemas do país e depois, recorrendo a Bruxelas, como se Bruxelas tivesse a responsabilidade de resolver aquilo que nós internamente devemos de facto resolver", referiu.

Rui Rocha, que já tinha considerado que a carta enviada a Comissão Europeia constitui o reconhecimento do "enorme falhanço" do pacote Mais Habitação, defendeu que o programa é "um bom exemplo do que são os problemas políticos que António Costa cria ao país".

"Todos nós conhecemos as promessas que [o primeiro-ministro] foi fazendo ao longo destes oito anos em que governa Portugal. Promessas sempre não cumpridas do ponto de vista da habitação", afirmou, enumerando a falta de camas em residências universitárias e de habitações condignas para os mais carenciados.

"Aquilo que vemos é que, num país onde era preciso, nesta altura, estar a construir 100 mil habitações por ano, temos 30 mil habitações porque o Governo de António Costa tirou toda a confiança do mercado", acrescentou, reforçando as críticas já feitas ao pacote Mais Habitação.

Rui Rocha considerou também "completamente extemporâneo" o debate em torno das eleições presidenciais de 2026, defendendo que o mesmo só seria compreensível se o país não enfrentasse outros problemas.

"Para ser completamente honesto, nem consigo perceber esta ânsia sobre as presidenciais que se instalou agora em Portugal porque seria compreensível se não tivéssemos problemas”, afirmou.

“Os partidos políticos não querem falar sobre saúde? Não querem falar sobre habitação? Não querem falar sobre impostos?", questionou, dizendo que as presidenciais não são a corrida da Iniciativa Liberal.