FC Porto salva-se do descalabro mas não evita o despiste
Portistas perderam os primeiros pontos no campeonato ao cederem uma igualdade em casa perante o Arouca.
Um ataque desinspirado, pouco contundente e com avançados em má forma do FC Porto e uma defesa reforçada, concentrada e que se revelou quase intransponível do Arouca, impôs a primeira perda de pontos dos “dragões” na I Liga, num empate a um golo, no Estádio do Dragão.
Nas jornadas anteriores já tinham surgido alguns sinais de que este FC Porto não estava a carburar perto das balizas adversárias. O defesa central Marcano, nos momentos finais das partidas, foi disfarçando estes sintomas preocupantes e salvando o FC Porto de resultados embaraçosos. Mas a sorte não dura para sempre e neste domingo, perante um adversário que montou um esquema defensivo composto por uma linha de cinco defesas e mais quatro elementos sempre que o FC Porto atacava, os “dragões” foram incapazes de disfarçar as suas fragilidades actuais.
Os primeiros 45 minutos mostraram o FC Porto que mais se tem visto esta temporada, com muita posse de bola mas pouca contundência. Prova disso mesmo é o facto de durante toda a primeira parte os portistas só terem feito um remate enquadrado à baliza adversária — Toni Martínez ao ferro.
Mesmo assim, pouco antes, Cristo tinha obrigado Diogo Costa a uma defesa apertada num contra-ataque fulminante do Arouca.
A segunda parte, contudo, foi diferente. O FC Porto passou a jogar com mais velocidade, tentando desposicionar os solidários jogadores arouquenses. Mas quase sempre sem sucesso.
Apesar do esforço portista, o jogo foi caminhando perigosamente para o seu final, com o FC Porto a não ser capaz de chegar ao golo, apesar dos homens de ataque que foram saltando do banco de suplentes (incluindo Varela, que fez a sua estreia absoluta pelos "dragões"). E foi quando o nervosismo já fervilhava que Cristo, contra a corrente do jogo, gelou o Estádio do Dragão, colocando o Arouca em vantagem a sete minutos dos 90.
O desespero portista que já era grande aumentou. O tempo escasseava mas em cima do minuto 90 o árbitro assinalou penálti favorável aos “azuis e brancos”. Um lance entre Milovanov sobre Taremi que deixou muitas dúvidas e que mereceu uma longa consulta do árbitro ao VAR. Analisada a jogada foi considerada normal, para desespero dos portistas.
Mas o jogo ainda não tinha terminado (teve 22 minutos de compensação) e, em mais uma jogada com Taremi como interveniente, foi assinalado novo penálti favorável aos “dragões”. Desta vez, não houve volta atrás, só que Galeno permitiu a defesa do guarda-redes Arruabarrena.
Jogo finalizado? Nem pensar. É que num último esforço, o FC Porto chegou mesmo ao golo do empate, por Evanilson, na sequência de um cruzamento e de um desvio oportuno já na pequena área. Estava evitado o descalabro, mas não o primeiro despiste no campeonato.
Texto rectificado às 21h30, clarificando que não foram vistas as imagens no VAR, mas foi consultado o VAR