PCP sem pressa nas presidenciais. “Não me doa a mim muito as costas até lá”
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, defende que as pessoas estão mais preocupadas com os seus rendimentos
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, considerou extemporâneo o debate em torno de eventuais candidaturas às eleições presidenciais de 2026, afirmando tratar-se de "falta de assunto".
"Nem consigo perceber, a não ser falta de assunto, não consigo perceber sequer esta agitação", afirmou este sábado o líder comunista, que falava aos jornalistas na Festa do Avante!, à margem da visita à bienal de artes plásticas.
Paulo Raimundo classificou este debate em torno de possíveis candidatos da direita às eleições presidenciais como "um debate de pessoas que não têm assunto".
"Estamos a falar numas eleições que são daqui a três anos. De certeza que não é a preocupação de cada um de nós, os nossos problemas são outros: são o emprego, os salários, as pensões, o custo de vida, o drama da habitação".
O secretário-geral do PCP afirmou que a "direita não tem assunto porque, no fundamental, naquilo que é estruturante, está ao lado das opções do Governo do PS", apontando que "tem de criar assunto, e criou esse assunto".
"É para nós nos entretermos, mas se é para entreter, mais vale entreterem-se aqui na Festa, com grandes espectáculos musicais, um grande espaço de cultura, como foi aqui esta nossa bienal. Esse é que é o entretenimento que vale a pena", assinalou.
Questionado se, depois de algumas personalidades do espaço da direita - caso dos antigos presidentes do PSD Luís Marques Mendes e Pedro Santana Lopes - terem admitido uma candidatura, a esquerda deveria também começar a posicionar-se, Raimundo defendeu que "os posicionamentos que são obrigatórios neste momento são face aos salários, face às pensões, face ao drama da habitação, face às questões da saúde, isso é que são as preocupações das pessoas, não as presidenciais, que são daqui a três anos".
"Não me doa a mim muito as costas até lá", acrescentou.
A Festa do Avante!, o certame político-cultural que assinala a 'rentrée' do PCP, decorre até domingo na Quinta da Atalaia, no Seixal (distrito de Setúbal).