Já pode voltar a comer broa de milho em segurança, diz a DGS
Ausência de novos casos leva autoridades de saúde a levantarem a recomendação para o não consumo de broa de milho em Leiria, Santarém, Coimbra e Aveiro. Surto terá sido causado por planta infestante.
A Direcção-Geral da Saúde (DGS) retirou a recomendação para não se consumir broa de milho que vigorava nos distritos de Leiria, Santarém, Coimbra e Aveiro. Num comunicado emitido esta sexta-feira, a autoridade de saúde anunciou o fim do alerta por já não existirem novos casos suspeitos associados ao caso de toxinfecção alimentar.
"A avaliação de risco não justifica a manutenção da recomendação de não consumo de broa nas áreas geográficas acima identificadas. No entanto, caso surjam novos casos, será emitida, se oportuno, nova informação sobre esta ocorrência", anunciou a DGS.
No total, foram registados 209 casos de toxinfecção alimentar associados ao consumo de broa de milho, dois dos quais se registaram após a data do primeiro comunicado, a 10 de Agosto. A investigação das autoridades de saúde concluiu que, na origem do surto, estará a contaminação das farinhas com sementes de plantas do género Datura.
As plantas deste género são infestantes e podem estar presentes nos campos de milho, sendo que a contaminação pode ocorrer durante a colheita do milho. De acordo com o comunicado da DGS, as amostras de farinhas, da broa e e as análises aos indivíduos doentes revelaram a presença de duas substâncias (atropina e escopolamina) que, em níveis muito elevados, podem provocar os sintomas descritos pelas pessoas afectadas.
A Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) vai elaborar uma recomendação técnica para sensibilizar os produtores de milho para um melhor controlo deste infestante. A investigação epidemiológica, que ainda decorre, envolve os Departamentos de Saúde Pública das Regiões Centro e Lisboa e Vale do Tejo, DGS, a ASAE, o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, a Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e o Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses.