Viver o Douro pela expressão de um clássico
Todos os momentos são bons para percorrer as suas paisagens únicas, conversar com as suas pessoas e parar para saborear a sua comida e apreciar os seus vinhos.
Quinta Vale D. Maria Vinhas Velhas
Nesta época do ano, a da vindima, há muito mais gente por terras do Douro. Quem percorre as estradas desta região, de paisagem bela e única, pode vê-las a trabalhar nas vinhas, porque as uvas estão no ponto certo de maturação e é preciso colhê-las para serem levadas à adega.
É isso que acontece na Quinta Vale Dona Maria, onde se pratica uma viticultura sustentável, que é, para António Azevedo Guedes, CEO e descendente da 5.ª geração da família fundadora da Aveleda, a actual proprietária da Quinta Vale Dona Maria, o garante da consistência da qualidade dos seus vinhos.
Quem visita a propriedade, em qualquer altura do ano, consegue ver isso pelo enrelvamento das entrelinhas das suas vinhas, cujas cores contrastam e dão um toque ainda mais belo à paisagem quando as vinhas se enchem de matizes vermelhos e castanhos à medida que termina o Verão e começa a chegar o tempo frio.
Também pelas laranjeiras, oliveiras e medronheiros que ornamentam as bordaduras dos caminhos e das parcelas de vinha, onde surgem como corredores ecológicos para diminuir a erosão e criar o ambiente mais apropriado ao desenvolvimento da fauna local.
Dias de vindima
Os dias de vindima na Região do Douro começam sempre bem cedo, pela madrugada, quando as equipas colhem os cachos de uva à mão para serem levados à adega.
Numa zona do interior tão agreste e inclinada como a das encostas onde se situam as vinhas da empresa, que é intensamente aquecida pelos raios de sol logo pela manhã na época da vindima, seria sempre muito mais difícil o trabalho na hora de calor mais intenso. E assim também se evitam os efeitos do calor excessivo nas uvas, e se assegura que chegam com a qualidade desejada à adega, para dar origem aos vinhos únicos que caracterizam esta casa.
As uvas destinadas à produção do Quinta Vale D. Maria tinto 2019 tiveram origem em 10 hectares de vinhas velhas com mais de 60 anos onde se encontram plantadas 41 castas, um field blend, entre outras, de Rufete, Tinta Amarela, Tinta Francisca, Sousão, Touriga Franca e a Tinta Roriz. Após um ano fresco, que permitiu que a maturação das uvas decorresse de forma lenta e a data da vindima ocorresse no momento mais apropriado de maturação, cada uma das suas parcelas foi colhida à mão.
Depois de terem sido seleccionados antes de entrarem na adega, os cachos foram desengaçados e as uvas pisadas em lagares de granito, antes e após a fermentação, para que os açúcares dos bagos se transformassem lentamente em álcool e o vinho produzido fosse sendo enriquecido com os componentes das suas películas.
Concentrado e elegante
Os vinhos de cada talhão estagiaram, em separado, durante 21 meses em barricas de carvalho francês, até à altura da composição do lote final, que decorreu cerca de um mês antes do engarrafamento e procurou representar todo o potencial de qualidade e distinção da colheita de 2019. É um Quinta Vale D. Maria tinto com grande riqueza aromática, onde se salientam notas de fruta silvestre, framboesa, cereja madura e bosque.
A boca é concentrada e elegante, com estrutura e frescura, num tinto longo e persistente que mostra bem o seu terroir. Deve ser servido a 16-18 ºC e é boa companhia para pratos de carnes vermelhas, como uma posta, um bife com pimenta ou uma vitela assada no forno com grelos e batata assada.
No final, aproveite e vá apreciando o último copo de vinho na companhia de um queijo seco, de um queijo velho de S. Miguel ou de um Manchego com muito tempo de cura. Faça-o bem devagar, porque é assim que as coisas boas devem ser apreciadas.
Este texto é da responsabilidade da Quinta Vale D. Maria