Autoeuropa quer rescindir com trabalhadores temporários devido a paragem, alerta CT

Tema será abordado na reunião com a administração da fábrica da Volkswagen em Palmela na próxima semana, segundo a Comissão de Trabalhadores (CT) da Autoeuropa.

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Fábrica da VW em palmela emprega 5000 trabalhadores Daniel Rocha
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O coordenador da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa, Rogério Nogueira, confirmou esta sexta-feira que a empresa pretende rescindir contratos a termo incerto, mas lembrou que o tema será abordado na reunião com a administração na próxima semana.

O Jornal Económico revelou esta sexta-feira que teve acesso a uma comunicação interna em que a empresa refere a intenção de rescindir os contratos com os trabalhadores temporários, como confirmou à agência Lusa o coordenador da CT, Rogério Nogueira.

Segundo o representante dos trabalhadores, “há, de facto, uma comunicação interna em que a empresa manifesta a intenção de rescindir os contratos com os cerca de 100 trabalhadores temporários, mas essa é uma questão que será abordada na reunião da CT com a administração” na próxima segunda e terça-feira.

Rogério Nogueira acrescentou que a CT está preocupada com todos os trabalhadores da empresa e garante “total empenho para que também sejam encontradas soluções alternativas para os trabalhadores temporários, que não passem pela rescisão dos contratos”.

A CT da Autoeuropa revelou na quinta-feira que a empresa vai fazer uma paragem de produção de nove semanas, de 11 de Setembro a 12 de Novembro, e que pretende aplicar o layoff nesse período, como noticiou o PÚBLICO, mas não adiantou qualquer informação relacionada com a rescisão de contratos com trabalhadores temporários.

A paragem de produção na Autoeuropa deve-se às dificuldades de um fornecedor da Eslovénia, que foi “severamente afectado” pelas condições climatéricas que se fizeram sentir naquele país no passado mês de Agosto.

A administração da empresa informou na quinta-feira que “irá aplicar o layoff na paragem de produção de nove semanas”, de 11 de Setembro a 12 de Novembro, devido à falta de componentes, mas admitiu que “esse período poderá ser reduzido com o evoluir da solução do problema”.

Rogério Nogueira, coordenador da CT, adiantou esta quinta-feira ao PÚBLICO que já estão marcadas reuniões nos dias 4 e 5 de Setembro, “para discutir as condições financeiras do layoff”, alertando que é preciso garantir que a situação não tenha um impacto negativo no rendimento dos trabalhadores e lembrando que, no passado, a empresa cobriu o corte salarial. “A empresa tem todas as condições para garantir esses rendimentos, valorizando desta forma o esforço feito por todos”, lê-se no comunicado que a CT enviou esta tarde aos trabalhadores.

O layoff é uma medida que prevê a redução temporária dos períodos normais de trabalho ou suspensão temporária dos contratos de trabalho, devido a motivos de mercado, estruturais ou tecnológicos, incluindo catástrofes ou outras ocorrências que tenham afectado gravemente a actividade normal da empresa, desde que tais medidas se mostrem indispensáveis para assegurar a viabilidade económica dessa empresa e a manutenção dos postos de trabalho.