Novos preços nos museus e monumentos a partir desta sexta-feira
Em alguns equipamentos, os bilhetes passam a custar o dobro, ou quase, enquanto o acesso gratuito alarga-se a domingos e feriados durante todo o dia.
As entradas em museus, monumentos e palácios tutelados pelo Estado vão passar a ser gratuitas aos domingos e feriados para os cidadãos residentes em Portugal a partir desta sexta-feira, dia de entrada em vigor do novo regulamento. O regulamento actualiza também os valores de ingresso nestes espaços dependentes da Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC), de acordo com o despacho do Governo publicado a 4 de Agosto em Diário da República.
No documento, o Governo justificou a actualização do regulamento em vigor desde 2014 com o "crescimento da actividade turística, em função da qual se diversificou a oferta cultural nos últimos anos, quer da introdução do canal de venda online, com a aquisição, em 2021, do novo sistema de bilhética".
A nova tabela de preços, pormenorizada no regulamento, deixa evidente um aumento significativo em algumas instituições, entre as mais visitadas do país. Há museus e monumentos cujos bilhetes normais (ou seja, sem descontos) passam a custar o dobro, ou quase: o Panteão Nacional (Lisboa) passa de 4€ para 8€, o Museu Nacional de Arte Antiga (Lisboa) de 6€ para 10€, o Museu Nacional Soares dos Reis (Porto) e o Palácio da Ajuda (Lisboa) de 5€ para 8€, o Museu do Chiado/ Museu Nacional de Arte Contemporânea (Lisboa) de 4,50€ para 8€.
Noutros, o aumento não é tão expressivo: a entrada no Mosteiro dos Jerónimos (Lisboa) ou no Museu Nacional de Machado de Castro (Coimbra) passa de 6€ para 8€. O reajuste de preços nos bilhetes gerais faz com que as entradas com descontos também aumentem: a título de exemplo, no Soares dos Reis o bilhete para seniores passa de 2,50€ para 4€.
Até esta sexta-feira, as entradas nos Museus, Monumentos e Palácios sob dependência da DGPC eram gratuitas aos domingos e feriados apenas até às 14h para todos os visitantes. A gratuitidade de acesso aos museus, monumentos e palácios em geral (e não apenas ao domingo e feriado) também abrange crianças e jovens até aos 12 anos, visitantes em situação de desemprego residentes na União Europeia, investigadores, profissionais de museologia e/ou património, conservadores e restauradores, desde que em exercício de funções, professores e alunos de qualquer grau de ensino superior, incluindo Universidades Sénior e instituições de formação profissional credenciados em visita de estudo, e grupos com comprovada carência económica.
Neste acesso gratuito – cuja reestruturação teve em conta "o princípio basilar do acesso universal à cultura", segundo o despacho do Governo – continuam a estar contemplados, entre outros, os antigos combatentes, visitantes com incapacidade comprovada igual ou superior a 60%, profissionais de turismo ou da comunicação social, incluindo as novas plataformas digitais, desde que credenciados e em exercício de funções, visitantes em eventos corporativos ou situações ocasionais.
Quantos aos descontos, mantêm-se os 50% para visitantes com idade igual ou superior a 65 anos, o mesmo para jovens entre os 13 e os 24 anos, e "famílias, desde que constituídas, pelo menos, por dois elementos, sendo um deles adulto e outro menor", além dos protocolos.
Globalmente, o novo Regulamento Geral de Bilhética e Acesso aos museus, monumentos e palácios da DGPC faz alguns ajustamentos, nomeadamente quanto às tabelas relativas às visitas guiadas e aos parâmetros das isenções e descontos, normas e tabelas aplicáveis às visitas guiadas, tendo em conta a sua especificidade. Ajustaram-se e extinguiram-se algumas tipologias de bilhete-circuito, cujo preçário se mantinha inalterado desde 2014, segundo o documento.
Entre outras alterações, há a criação de uma tabela de preços própria para as exposições temporárias e foi feita a fusão, numa única tipologia, dos bilhetes com desconto de Cartão Jovem e Cartão de Estudante e dos bilhetes Família e Família Numerosa, segundo o despacho assinado a 27 de Julho pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, e pelo ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva.
De acordo com os dados estatísticos da DGPC, em 2022, os museus, monumentos e palácios nacionais somaram 3,3 milhões de visitantes, o que representou uma recuperação de quase dois milhões de entradas face às perdas durante a pandemia da covid-19. No entanto, os números ficaram aquém dos cerca de quatro a cinco milhões, atingidos antes da pandemia, entre 2017 e 2019.