Tufão Saola deixa Macau e Hong Kong em alerta máximo

Voos e outros transportes suspensos, comércio e serviços fechados, escolas encerradas. Temem-se os estragos deste ciclone, que deve chegar a terra nesta sexta-feira.

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Hong Kong fica na linha de costa onde o ciclone deverá entrar em terra Tyrone Siu/REUTERS
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O super tufão Saola está a dirigir-se à costa sudoeste da China, ameaçando Hong Kong, a província chinesa vizinha de Guangong e Macau, onde o nível de alerta para ciclones tropicais está em 10, o mais elevado na escala, segundo os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) macaenses. Há também um alerta vermelho de maré de tempestade.

O tufão estava a cerca de 30 km de Macau às 18h00 de sexta-feira em Lisboa, quando eram 2h00 de sábado em Macay e a aproximar-se gradualmente. Hong Kong e Macau utilizam uma escala de alertas de 1, 3, 8, 9 e 10 para classificar estes fenómenos climáticos tendo em conta a intensidade dos ventos. Com o alerta 9 em Macau, esperavam-se ventos com velocidades superiores a 118 km/h, acompanhado de rajadas mais 180 km/h.

A China diz que pode ser um dos cinco tufões mais fortes a atingir a região altamente povoada de Guangdong desde 1949. Segundo a Lusa, Macau encontra-se em estado de prevenção imediata e registou um ferido e quase 150 pessoas a procurarem refúgio nos centros de acolhimento de emergência. Cerca de 800 mil pessoas foram retiradas de suas casas para zonas mais seguras em Hong Kong e Guangdong, diz a Reuters. Na província de Fujian foram evacuadas 161.600 pessoas nesta sexta-feira.

Os serviços meteorológicos chineses prevêem que o Saola chegue a terra na linha de costa entre as cidades de Huidong e Taishan. Hong Kong e Macau ficam no centro dessa faixa de terra, diz a Reuters.

O tufão Saola pode atingir ventos com uma velocidade superior a 200 km por hora, e espera-se que chegue a terra esta sexta-feira à noite ou sábado de madrugada.

Inundações

Foi emitido um alerta de maré de tempestade vermelho em Macau por causa do Saola, entre as 2h e as 6h de Macau (mais sete horas que em Portugal continental), o que significa que se prevê que o nível de água acima do pavimento atinja valores entre 1,5 e 2,5 metros, causando inundações, lê-se no portal do Governo da Região Administrativa Especial da República Popular da China.

Em Hong Kong, prevê-se que a maré de tempestade possa atingir até três metros acima do normal, diz a Reuters.

Como medida de precaução, foi encerrada a ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, que liga os dois territórios, diz a agência noticiosa.

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A passagem do Saola pelas Filipinas fez pelo menos 48 mil deslocados BERNIE SIPIN DELA CRUZ/EPA

Foram ainda cancelados todos os voos em Hong Kong até às 3h (hora de Lisboa) de sábado, disse a Cathay Pacific, a companhia aérea de bandeira desta cidade centro financeiro asiático. Mais de 300 pessoas estavam no aeroporto por causa do cancelamento de cerca de 460 voos, diz a Reuters.

Várias cidades encerraram comércio, escolas e mercados financeiros – indicações que também foram dadas em Macau, onde o início do ano escolar, previsto para 1 de Setembro, foi adiado, diz a Radio France Internationale. Perto de 85 mil barcos de pesca que operam ao largo da costa de Guangdong regressaram ao porto.

Na província de Guangdong, foram suspensos os serviços ferroviários até às 11h de sábado (hora portuguesa), enquanto a cidade de Shenzhen, com mais de 17 milhões de habitantes, fechou escolas e suspendeu e encerrou mercados financeiros, comércio e outros serviços, com o aviso de que poderia estar sujeita a ventos destruidores até sábado. Foi também suspenso o tráfego aéreo.

A central nuclear de Taishan, em Guangdong, cessou operações ao ar livre e transferiu materiais vulneráveis, e colocou os trabalhadores do serviço de emergência em alerta, diz a Reuters.

A passagem do Saola pelo extremo Norte das Filipinas obrigou à retirada de 48 mil pessoas.

Os problemas causados pelos ciclones são mais ou menos graves dependendo do tempo que passem sobre terra firme, disse à Reuters o climatólogo Shao Sun, da Universidade da Califórnia em Irvine.

Para explicar, usou o exemplo da tempestade tropical Rumbia em 2018, que provocou 53 mortos e danificou 32.246 casas na China, provocando estragos avaliados em 5360 milhões de dólares (4931 milhões de dólares): “Apesar de ter uma intensidade moderada, teve uma duração excepcionalmente longa, um total de 132 horas, e passou mais de três dias sobre o território da China continental”.

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