Ministério Público investiga fuga de crianças de instituição de acolhimento

Menores foram encontrados em tronco nu na estação de comboios de Pinhal Novo, um deles com escoriações no corpo.

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A mãe de uma das crianças apresentou queixa contra a instituição Nuno Ferreira Santos
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O Ministério Público abriu um inquérito à fuga de duas crianças de uma instituição de acolhimento no Pinhal Novo. O episódio sucedeu na semana passada, tendo os menores, um deles com escoriações e ambos em tronco nu, sido encontrados na estação ferroviária da Fertagus. Regressaram à Fundação Coi, onde moram, horas depois da fuga.

A mãe de uma das crianças apresentou queixa contra a instituição, onde se encontram vários menores à guarda do Estado.

Segundo explicações dadas pela Fundação Coi à comunicação social, tudo teve origem numa desavença entre dois irmãos, de oito e dez anos, dentro da instituição, crianças que “realizam toma de medicação para controlo e estabilização do comportamento”, uma vez que manifestam entre si e também para com outros menores e até adultos comportamentos agressivos. A criança mais velha “padece de transtorno do espectro autista”.

Foi durante esse desentendimento que “o elemento mais jovem ficou com várias marcas de arranhões na face, no braço e no pescoço, tendo seguidamente encetado algumas tentativas de fuga”. Quando finalmente o conseguiu fazer levou consigo outra criança de quatro anos, também alvo de acolhimento na mesma instituição.

Estes acontecimentos sucederam na passada quarta-feira de manhã, tendo os dois menores sido encontrados à hora de almoço sozinhos, em tronco nu, na estação de Pinhal Novo, donde foram levados pela GNR para o posto, para serem assistidos por técnicos do INEM. Quando os guardas chegaram também já se encontrava na estação uma funcionária da Coi.

“Mesmo a responsável se tendo identificado, foi impedida de reconduzir os menores à resposta social, tendo sido necessária a intervenção da GNR, que conduziu as crianças ao posto”, relata a instituição.

O inquérito do Ministério Público está sob a responsabilidade do Departamento de Investigação e Acção Penal de Setúbal.

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