O Governo do Canadá emitiu um aviso aos viajantes LGBTQI+ que estejam a planear uma viagem aos Estados Unidos. Este alerta surgiu em função de algumas alterações legislativas que podem representar riscos para a comunidade.
“Alguns estados promulgaram leis e políticas que podem afectar as pessoas 2SLGBTQI+”, lê-se na mensagem que foi adicionada às recomendações de viagem para os EUA disponibilizadas no site oficial do Governo canadiano. Dirige-se a todas as pessoas que se consideram two-spirits (dois espíritos, numa tradução livre), lésbicas, gays, bissexuais, trans, queer ou intersexuais (2SLGBTQI+). A página remete depois para as recomendações de viagem para a comunidade LGBTQI+ que já estavam disponíveis online, com conselhos gerais de segurança para viajantes da comunidade LGBTQI+.
Neste novo aviso não há referências directas aos estados americanos que podem ser menos seguros para a comunidade LGBTQI+, por isso, o Governo aconselha os viajantes a “verificar as leis do Estado e as leis locais”.
O novo comunicado foi publicado no dia 29 de Agosto e conta com a supervisão da Global Affairs Canada, a agência do Governo que promove relações diplomáticas. Em declarações aos jornalistas e citada pelo ABC News, a vice-primeira-ministra e ministra das Finanças, Chrystia Freeland, disse que o Governo deve “colocar os interesses e a segurança de cada canadiano e de cada grupo de canadianos no centro de tudo o que faz”.
Ao longo deste ano, já foram apresentados nas legislaturas americanas mais de 500 projectos de lei anti-LGBTQI+, de acordo com a organização Human Rights Campaign (HRC). Pelo menos 70 foram promulgados — restrições às performances de drag queens, censura a livros escolares ou leis que afectam jovens trans são alguns exemplos.
Na passada segunda-feira, a ministra dos Negócios Estrangeiros do Canadá, Melanie Joly, disse estar “de olho” nos EUA, caso o país se torne “um regime autoritário” depois das eleições de 2024.
Notícia editada às 11h45 do dia 4 de Setembro de 2023: alterado o cargo de Chrystia Freeland, rectificando que é vice-primeira-ministra e ministra das Finanças do Canadá.