Furacão Idália chegou à Florida, em alerta para “danos devastadores”
Furacão chegou à Florida na manhã desta quarta, classificado como de categoria 3 (danos devastadores), com ventos de 200 quilómetros por hora.
O furacão Idália chegou na madrugada desta quarta-feira ao estado da Florida, no Sudeste dos Estados Unidos, como tempestade de categoria 3 (máximo de 5), portanto "extremamente perigosa". Ainda que tenha perdido bastante força ao longo do dia, as autoridades norte-americanas alertam para cortes de energia e cheias provocadas por chuvas e ventos fortes.
Nos últimos dias, quando já se previa que Idália ganhasse força, com chuvas fortes e ventos que poderiam ultrapassar os 200 quilómetros por hora, milhões de residentes do Big Bend, região costeira do Golfo do México na Florida, foram retirados das suas casas ou refugiaram-se voluntariamente em abrigos antes da chegada da tempestade. O governador Ron DeSantis declarou estado de emergência em 46 dos 67 condados da Florida.
Esta tarde, DeSantis afirmou em conferência de imprensa que o olho do furacão já passou o estado da Florida, mas que os perigos para a população se mantêm. O republicano que já anunciou estar na corrida à Casa Branca em 2024 foi entretanto contactado pelo actual Presidente, Joe Biden, que reforçou a disponibilidade do Governo para ajudar a Florida no que for necessário, assim como os restantes estados na rota do Idália.
"O impacto desta tempestade está a ser sentido ao longo do Sudeste" dos Estados Unidos, afirmou Joe Biden em declarações à imprensa, a partir da Casa Branca. "Acho que neste momento ninguém pode negar as consequências da crise climática."
De acordo com o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC, na sigla em inglês), o Idália atingiu Keaton Beach às 7h45 locais (12h45 em Lisboa). Durante a madrugada, chegou a ser classificado como de categoria 4 na escala de ventos Saffir-Simpson, o que significa que o vento alcançou até 251 quilómetros por hora.
Chegou à Florida na categoria 3, que já representa um furacão de grandes proporções e um alerta para "danos devastadores": sérios danos em habitações, como a destruição de telhados; árvores derrubadas ou arrancadas pela raiz, bloqueando várias estradas; sistemas de fornecimento de electricidade e água indisponíveis durante dias ou semanas após a passagem da tempestade.
Nas últimas horas, já com o olho do furacão em terra, o Idália perdeu bastante força, ficando-se actualmente pela categoria 1, a mais baixa na escala de 5, mas ainda assim um alerta para "ventos bastante perigosos que farão alguns danos", como queda de ramos de árvores, danos menores em edifícios e nos sistemas de fornecimento de energia.
Pelas 15h locais (20h em Lisboa) estavam sem energia no estado da Florida quase 300 mil consumidores. No Sul da Geórgia os apagões já afectavam pelo menos 150 mil pessoas.
Quanto aos sistemas de saneamento, já várias cidades na região instaram os residentes a limitar o uso de água apenas ao essencial, para que as infra-estruturas de abastecimento e drenagem estejam sob menor pressão.
O furacão deverá continuar em terra pelo Norte da Florida, Sudeste da Geórgia e pela zona costeira da Carolina do Sul. Nos aeroportos dos estados vizinhos da Florida e Geórgia, a tempestade já terá obrigado ao atraso ou cancelamento de mais de 900 voos.
Mais a Leste, no Atlântico, há um outro furacão, actualmente de categoria 2, designado Franklin. Esta será a primeira vez em várias décadas que existem no Atlântico no mês de Agosto, em simultâneo, dois furacões com ventos perto dos 200 quilómetros por hora.
Idália atingiu o Oeste da ilha de Cuba na noite desta segunda-feira (madrugada de terça-feira em Lisboa) ainda como furacão de categoria 1. A tempestade tropical tomou depois maiores proporções à medida que se deslocou para norte.