Taxa de desemprego manteve-se em 6,3% em Julho

Há perto de 330 mil desempregados em Portugal e quase 300 mil em situações de subutilização do trabalho, que se somam à população desempregada.

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A taxa de subutilização do trabalho baixou para 11,6% Rui Gaudêncio
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A taxa de desemprego ficou pelo segundo mês consecutivo nos 6,3%, mantendo-se em Julho ao mesmo nível de Junho, indica a estimativa divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Depois de chegar a 7% no início do ano (em Janeiro), o nível de desemprego foi caindo de mês para mês até baixar para 6,4% em Maio e 6,3% em Junho, tendo-se assistido agora a uma estagnação. O cálculo apresentado pelo INE já está ajustado dos efeitos de sazonalidade.

O instituto estatístico estima que a população desempregada diminuiu 1% em relação ao mês anterior (havia em Julho 329,9 mil desempregados), mas essa quebra no número de pessoas sem trabalho (de 3,4 mil pessoas) foi insuficiente para fazer alterar a taxa de desemprego.

Outros dados relativos a Julho, divulgados recentemente pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), indicaram que o número de desempregados inscritos nos centros de emprego aumentou 2,4% de Junho para Julho (para 284,3 mil), ficando já acima do número registado em Julho do ano passado.

A estimativa do INE mostra que a população desempregada é superior em 6,4% à de Julho de 2022, altura em que havia 310 mil desempregados, o que então correspondia a uma taxa de desemprego de 6%, inferior à que se regista agora, à semelhança do que indiciavam os dados do IEFP.

A população activa diminuiu em 6,1 mil pessoas (passou para 5262,6 mil), reflectindo o decréscimo da população desempregada em termos absolutos e a evolução da população empregada, indicador onde também se registou uma quebra mensal de 2,7 mil pessoas (para 4932,7 mil). Já a população inactiva aumentou em 7,8 mil em relação ao mês anterior (para 2427,3 mil).

A taxa de desemprego jovem estava nos 19,2% da população activa na faixa etária dos 16 aos 24 anos, valor superior aos 18,3% de Junho e aos 17,7% de Julho de 2022 (ao todo, havia 74,9 mil jovens no desemprego, mais 3,5 mil do que em Junho e mais 16,6 mil do que em Julho do ano passado).

Apesar de haver uma estagnação na taxa geral de desemprego, o indicador da subutilização do trabalho registou uma quebra, tanto em valor absoluto como na taxa. Este indicador agrega o número de pessoas que estão fora do mercado de trabalho embora não estejam contabilizadas na população desempregada e as pessoas que trabalham a tempo parcial.

Há, segundo o INE, 629,6 mil pessoas abrangidas pela realidade da subutilização do trabalho, menos 6,3 mil do que em Junho, mas mais 10,2 mil do que um ano antes.

A taxa baixou para 11,6%, face aos 11,7% de Julho, recuando igualmente em relação ao que se registava nos primeiros meses do ano, em que chegou a estar em 12%.

Dos 629,6 mil cidadãos contabilizados como estando numa situação de subutilização do trabalho, 329,9 mil correspondem à população desempregada, 150,3 mil a situações de subemprego de trabalhadores a tempo parcial, 112 mil a cidadãos inactivos que estão disponíveis para começar a trabalhar nas duas semanas seguintes mas que não procuraram emprego nas quatro semanas anteriores ao inquérito do INE e 37,4 mil são cidadãos inactivos que se encontram à procura de emprego mas não estão disponíveis para iniciar funções nas duas semanas seguintes.

Os dados trimestrais do INE, divulgados antes dos que foram conhecidos hoje, apontaram para uma taxa de desemprego de 6,1% no segundo trimestre (Abril a Junho), altura em que continuava à procura de emprego cerca de metade da população que já se encontrava desempregada nos três primeiros meses do ano.

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