Book 2.0: APEL reúne 60 oradores para pensar o futuro da leitura
Encontro começa esta quinta-feira no Picadeiro Real, em Lisboa, com um painel de conferencistas que inclui os ministros da Cultura e da Educação, a par de editores, escritores e académicos.
A primeira edição do Book 2.0, uma iniciativa da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) que se propõe discutir o futuro do livro e os desafios que o sector enfrenta, vai reunir a partir desta quinta-feira em Lisboa, no Picadeiro Real (antigo Museu dos Coches), um diversificado conjunto de 60 oradores portugueses e estrangeiros, incluindo os actuais ministros da Cultura e da Educação.
Promovido em resposta um desafio lançado pelo Presidente da República, que encerrará o primeiro dos dois dias de trabalho, o Book 2.0, que decorrerá em paralelo com a tradicional Festa do Livro em Belém, assume como tema, nesta sua primeira edição, The Future of Reading ("o futuro da leitura").
"O Futuro da Edição na Era Digital" é o tema global da primeira manhã, em que irão ser debatidos diferentes aspectos das transformações que a revolução digital veio trazer à forma como lemos e escrevemos. Que papel terá o livro impresso num mundo de iPads e Kindles, de ebooks e audiobooks, de redes sociais e inteligência artificial?
O psiquiatra Daniel Sampaio, a ex-ministra da Educação Isabel Alçada, Michael Tamblyn, presidente da Rakuten Kobo, vendedora de global de livros digitais, Pedro Santos Guerreiro, director executivo da CNN Portugal, e escritores como João Tordo, Dulce Maria Cardoso ou Isabela Figueiredo são alguns dos oradores previstos.
"Da Pegada Ecológica à Diversidade" é o tema global das sessões da tarde, que abordará as profundas transformações que a disrupção climática está já a impor à indústria do livro, procurando sugerir caminhos comprometidos com o desenvolvimento sustentável.
A médica espanhola Maria Neira, directora de Saúde Pública na Organização Mundial de Saúde, a holandesa Rachel Martin, directora de Sustentabilidade no grupo editorial Elsevier, especializado em livros científicos e técnicos, ou o CEO da produtora de papel portuguesa Navigator, António Redondo, são alguns dos conferencistas.
Antes de Marcelo Rebelo de Sousa fechar o primeiro dia do Book 2.0, o editor de Cultura do Observador, Tiago Pereira, entrevistará ao vivo o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva.
A sexta-feira será dedicada ao tema "A Educação como Um Portal para o Conhecimento Humano" questionando o papel que a indústria do livro pode ter para potenciar novos modelos de ensino mais adaptados ao mundo em que vivemos. Tim Oates, da Universidade de Cambridge, presidente do Painel de Especialistas para a Revisão do Currículo Nacional em Inglaterra, falará logo ao início da manhã, e ao longo do dia será possível ouvir, entre outros, o presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, António M. Feijó, o ministro da Educação, João Costa, o político e comentador Paulo Portas, o neuropediatra Nuno Lobo Antunes e o escritor colombiano Juan Gabriel Vásquez.