Funeral de Prigozhin realizado em segredo em São Petersburgo

O funeral do fundador do Wagner realizou-se à porta fechada na cidade onde nasceu, quase uma semana depois da sua morte, em circunstâncias que continuam por explicar.

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Yevgeny Prigozhin foi esta terça-feira sepultado no cemitério de Porokhovskoye EPA/ANATOLY MALTSEV
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Seis dias depois da queda da aeronave em que viajava, Yevgeny Prigozhin ​(Ievgueni Prigojin na transliteração portuguesa) foi esta terça-feira sepultado nos arredores da sua cidade natal, São Petersburgo, numa cerimónia que decorreu à porta fechada e sem qualquer divulgação prévia.

Até ao anúncio feito pelo serviço de imprensa que representava o líder do grupo Wagner​, quando, onde ou como seria o seu funeral eram questões sem resposta. Do Kremlin, só uma certeza: não estava nos planos de Vladimir Putin ir a qualquer cerimónia fúnebre.

"A homenagem decorreu à porta fechada. Quem quiser despedir-se poderá visitar o cemitério de Porokhovskoye", lê-se no breve comunicado divulgado pela Concord, a empresa de restauração e catering fundada por Prigozhin na década de 1990. O anúncio foi também partilhado pelo canal Grey Zone, ligado ao grupo Wagner.

Horas antes, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, tinha confirmado que "não estava prevista a presença do Presidente russo", e que o funeral apenas dizia respeito à família de Prigozhin, ex-aliado e amigo de longa data de Vladimir Putin.

Em reacção à morte de um dos principais intervenientes no primeiro ano de guerra na Ucrânia, o Presidente russo reconheceu "um empresário talentoso", "um homem com um destino difícil, que cometeu erros graves na vida".

Cidadãos russos fizeram várias homenagens ao líder do grupo de mercenários Wagner na última semana. MAXIM SHIPENKOV/Lusa
Homenagem feita por cidadãos russos em Moscovo. MAXIM SHEMETOV/Reuters
Militares russos no cemitério de Porokhovskoye, nos arredores de São Petersburgo, esta terça-feira. ANATOLY MALTSEV/Reuters
Autoridades russas vigiaram cemitério de Porokhovskoye após funeral de Prigozhin. Stringer/Reuters
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Cidadãos russos fizeram várias homenagens ao líder do grupo de mercenários Wagner na última semana. MAXIM SHIPENKOV/Lusa

Durante um ano, enquanto liderou os soldados do Wagner no Leste ucraniano, em particular na missão pela conquista de Bakhmut, em Donetsk, o "chef de Putin" (como ficou conhecido por prestar serviços de catering ao Kremlin) subiu de tom as críticas à liderança militar russa ao comando das operações na Ucrânia.

Precisamente dois meses antes de morrer, fez frente a Vladimir Putin, ao ordenar uma rebelião dos seus mercenários contra o regime. Hoje, e face às alegações de que a queda do jacto de Prigozhin terá sido a retaliação final do chefe de Estado russo, o Kremlin diz-se inocente: "É uma mentira absoluta." Já a verdade absoluta sobre o que aconteceu a 23 de Agosto no céu da região russa de Tver, será, provavelmente, impossível de apurar.

A bordo da aeronave estavam mais nove pessoas: dois outros dirigentes do Wagner, quatro seguranças de Prigozhin e três tripulantes. Nenhum sobreviveu.

Esta terça-feira realizou-se também em São Petersburgo o funeral de um desses dirigentes: Valeri Chekalov, o responsável pelas finanças dos mercenários e um dos homens de confiança do líder do grupo. Segundo o relato da Reuters, estiveram presentes na despedida de Chekalov dezenas de pessoas, entre familiares, amigos e combatentes.

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