Condenação de ex-primeiro-ministro paquistanês por corrupção suspensa por tribunal

Apesar da decisão, Imran Khan vai manter-se preso e continuar sem poder participar nas eleições. Ex-primeiro-ministro responde em vários casos judiciais.

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Apoiantes de Imran Khan celebram suspensão da sua condenação EPA/SOHAIL SHAHZAD
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Um tribunal paquistanês suspendeu nesta terça-feira a condenação por corrupção do ex-primeiro-ministro Imran Khan, que foi preso no início do mês. Apesar da decisão, Khan vai permanecer detido por causa de outro caso pelo qual será ouvido nesta quarta-feira.

Khan está preso desde 5 de Agosto, depois de ser condenado a três anos de prisão por alegadamente ter vendido presentes recebidos durante o período em que chefiou o Governo.

Os advogados do ex-primeiro-ministro apresentaram um recurso com o argumento de que Khan foi condenado sem poder defender-se. “A sentença foi suspensa”, revelou o advogado Naeem Panjutha, através da rede social X (anteriormente conhecida como Twitter). Nas imediações do tribunal de Islamabad, uma multidão de apoiantes de Khan juntou-se para celebrar a decisão.

Outro dos seus advogados, Shoaib Shaheen, disse que o tribunal tinha permitido a libertação de Khan sob fiança, mas essa possibilidade parece ter sido posta de lado porque a detenção do ex-primeiro-ministro está associada a outro caso.

Em causa está uma acusação de que Khan terá divulgado publicamente informações confidenciais que puseram em causa a segurança nacional. O ex-primeiro-ministro vai ser ouvido nesta quarta-feira a propósito desse caso, segundo a Reuters, que cita documentos judiciais.

Apesar de ser alvo de diversas acusações judiciais, Khan continua a ser um dos políticos mais carismáticos e influentes no Paquistão. O antigo ídolo do críquete, hoje com 70 anos, foi eleito primeiro-ministro em 2018, mas, quatro anos depois, foi afastado através de uma moção de censura.

Desde então, o Paquistão mergulhou numa crise política profunda. Khan está convicto de que o seu afastamento foi orquestrado pelos Estados Unidos, que não terão ficado agradados com a ideia de o então primeiro-ministro estar a planear visitar Moscovo.

Gozando de uma ampla base social, Khan tem mobilizado frequentemente os seus apoiantes para que organizem protestos contra as inúmeras decisões judiciais que se vão acumulando. Os seus aliados acreditam que os casos movidos contra Khan servem apenas para o afastar da vida política e impedir que participe nas próximas eleições.

A suspensão da condenação por corrupção não significa a retoma dos direitos políticos de Khan, permanecendo a sua inabilitação por cinco anos enquanto não for absolvido. “Se Khan conseguir uma absolvição, e não apenas uma suspensão da sentença, apenas aí é que poderá participar nas eleições”, explicou à Al-Jazeera o advogado Mian Dawood.

No caso de corrupção movido contra si, Khan é acusado de ter lucrado 140 milhões de rupias paquistanesas (cerca de 446 mil euros) com a venda de artigos de luxo que foram recebidos como prendas durante os anos em que foi primeiro-ministro. Khan e os seus advogados negam as acusações e dizem que são motivadas politicamente.

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