Benfica ultrapassou Gil Vicente pela esquerda

“Encarnados” ganharam em Barcelos, na 3.ª jornada da Liga, com mais sofrimento do que a primeira parte fazia crer. Coragem do Gil não teve tradução no resultado.

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EPA/MANUEL FERNANDO ARAUJO
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O Benfica cumpriu neste sábado a missão em Barcelos, na 3.ª jornada da Liga, ao vencer o Gil Vicente por 2-3, num jogo que pareceu acessível, mas que os minhotos tiveram o mérito de equilibrar no segundo tempo. A espaços, houve condições para uma exibição com prego a fundo, não tivessem os anfitriões forçado o campeão nacional a uma travagem brusca.

O único remate, digno desse nome, que o Gil Vicente contabilizou no primeiro tempo aconteceu imediatamente antes do apito para o intervalo (Ruben Fernandes, de cabeça). Esta imagem ajuda a descodificar muito do que foram os 45 minutos iniciais, período de intenso domínio territorial do Benfica, capaz de amarrar o adversário num colete de forças graças à facilidade com que recuperava a bola.

Se, logo no arranque da partida, os barcelenses (em4x2x3x1) mostraram vontade de ser protagonistas, com algumas saídas em apoio — Domínguez e Marlon davam largura, Fujimoto jogava nas costas de Baturina —, rapidamente esse mapa de intenções foi rasgado. E tudo começou com uma nuance no corredor esquerdo do Benfica.

Ciente das limitações que acarreta a utilização de Aursnes como lateral, problema que se agrava com a presença de João Mário, outro destro, na faixa esquerda, Roger Schmidt desenhou um ataque posicional com muita mobilidade. Kokçu, Di María e Rafa iam alternando no apoio e nos movimentos de ruptura na lateral e o lateral Zé Carlos passou um mau bocado.

Foi dessa forma que o Benfica ganhou um livre que Florentino desperdiçou, de cabeça, ao segundo poste (13’); conquistou o penálti (de Marlon sobre João Mário) que Di María converteu no 0-1, aos 17’; deixou Arthur na cara de Andrew para a emenda, após passe de Rafa.

O Gil Vicente abanou e acusou o toque. Muito pressionado, começou a bater longo na frente, sem grande critério, e o Benfica aproveitou para carregar. Rafa ofereceu o 0-2 a Di María, desta vez pela direita, mas o argentino transformou uma finalização fácil num toque acrobático sem sequência (34’).

Dos balneários, regressou um Gil mais afoito, disposto a arriscar. Chegou um par de vezes com mais unidades ao último terço, mas também permitiu mais transições ao adversário. E numa delas, logo aos 53’, Ausrnes recebeu de João Mário e assistiu Rafa para o 0-2. Pelo corredor esquerdo, evidentemente.

Nestas condições, com o piso adequado e pouco trânsito, o Benfica tinha tudo para acelerar. A bola voltou a entrar na baliza minhota aos 60’, mas Rafa estava em posição irregular, e logo depois Neres e Tengstedt foram chamados a jogo. Respondeu Vítor Campelos com três alterações, sem mexer na estrutura da equipa.

O Gil Vicente teve, então, o condão de assustar Samuel Soares aos 63’ (boa defesa a remate de Zé Carlos) e aos 68’ (cabeceamento de Gabriel Pereira), algo que também continuou a acontecer do lado contrário — Rafa esteve perto do 0-3 aos 73’. E o prémio chegou aos 75’, quando Touré ganhou a bola no centro da área e rematou de forma espontânea.

O jogo, até então de um sentido, estava relançado? Sem dúvida. E o Benfica, com as mudanças, foi perdendo critério na saída e mostrou-se incapaz de fechar as contas, ao passo que o Gil acreditava cada vez mais na possibilidade de pontuar. Samuel Soares travou um remate de Domínguez e teve uma saída complicada aos 90+1. Do lado contrário, Neres e Di María também ameaçavam. Empate ou 1-3? Estava tudo em aberto.

E a bola acabou por "cair" para a baliza do Gil, cortesia de Petar Musa, acabado de sair do banco. Recebeu a bola na área, rodou e rematou de primeira, contando com um desvio providencial num adversário. Os "encarnados" estavam perto de chegar ao fim da viagem em segurança, mas ainda tiveram um percalço no caminho: o livre directo de Domínguez, que conferiu maior equilíbrio (e justiça) ao marcador.

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