Trump volta ao Twitter (agora X) para publicar a sua foto de polícia
Desde 8 de Janeiro de 2021 que o ex-Presidente não publicava nada naquele que foi o seu meio privilegiado de comunicação durante o seu mandato na Casa Branca.
Foi preciso a primeira mugshot (foto de identificação feita durante uma detenção judicial) de um Presidente dos Estados Unidos para que Donald Trump voltasse àquele que foi durante muito o seu mandato na Casa Branca o seu meio preferido de comunicação: o Twitter.
Quando a sua conta foi suspensa, a 8 de Janeiro de 2021, dois dias depois da invasão do Capitólio pelos seus apoiantes, ainda a rede social não pertencia a Elon Musk, nem se chamava X, como agora foi baptizada pelo seu novo proprietário. Há muito que Musk levantou a suspensão ao ex-Presidente, mas este tem preferido dedicar-se à sua agora plataforma de comunicação preferida, a Truth Social.
Sem mais comentários a não ser a ligação para um site com o seu nome, Trump publica a fotografia que lhe foi tirada na cadeia do condado de Fulton (em Atlanta, Georgia), onde na quinta-feira (madrugada de sexta-feita em Portugal) se entregou e de onde saiu 20 minutos depois, após pagar a sua fiança. A imagem é colocada sobre um fundo branco com as frases, escritas em maiúsculas (algo muito habitual no ex-Presidente) “Interferência na eleição”, “Nunca se render” e mais uma vez a identificação do seu site donaldjtrump.com.
Publicada esta sexta-feira às 10h da manhã em Portugal (5h na Costa Leste dos EUA), às 13h já tinha mais de um milhão de likes, superava as 323 mil partilhas e superava os 161 mil comentários.
A ligação ao site visa aproveitar a nova acusação criminal, esta por tentativa de interferência no resultado das eleições presidenciais de 2020 na Georgia, sobretudo a imagem, para angariar fundos para a actual campanha, em que Trump é o favorito à nomeação do Partido Republicano para candidato a Presidente dos EUA.
Na sua página web, o ex-Presidente refere que foi obrigado a entregar-se na “prisão especialmente violenta do condado de Fulton”, para ser “preso apesar de não ter cometido nenhum crime”.
“O povo americano sabe o que está a acontecer”, lê-se na página, “a esquerda está a tentar intimidá-lo para que não vote num político desalinhado que põe o povo em primeiro lugar”. Trump aproveita para dramatizar os 20 minutos que passou pela prisão como se fosse a luta do puro contra os ímpios, o David contra o Golias: “Hoje entrei no covil dos leões com uma mensagem simples de todo o nosso movimento: nunca renunciarei à nossa missão de salvar os Estados Unidos”.
Na cadeia de Fulton, as autoridades penitenciárias tiraram-lhe as impressões digitais e a fotografia para o seu registo criminal referente ao processo em que é acusado de participar numa organização criminosa (com mais 18 pessoas) para tentar, por via ilegal, reverter o resultado das eleições presidenciais em que perdeu para o actual Presidente Joe Biden.
Depois de pagar uma fiança de 200 mil dólares para aguardar o julgamento em liberdade, Trump voltou a dirigir-se para o avião que o levou de volta para o seu resort de golfe no estado de Nova Jérsia.