Câmara do Porto sela portões da Escola do Cerco usada para tráfico e consumo de droga

A medida visa garantir as crianças que “por ali passam”. A Câmara Municipal do Porto vai notificar a Direcção Regional de Educação do Norte, que é a proprietária do imóvel.

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O edifício começou a ser usado como local de consumo e tráfico de droga Matilde Fieschi
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A Câmara Municipal do Porto selou esta sexta-feira, 25 de Agosto, os portões da Escola Preparatória do Cerco, um espaço em ruínas que pertence ao Ministério da Educação e que tem sido apontado como local de consumo e tráfico de droga.

"Os portões foram selados para impedir que crianças que por ali passam possam entrar e picar-se nas inúmeras seringas que estão lá. Consegue-se ver que aquilo está juncado de seringas e de lixo. Isso é o limite do que podemos fazer nesta fase", disse o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira.

Em declarações à agência Lusa, o autarca contou que tomou a iniciativa de levar "logo pela manhã" três equipas camarárias — fiscalização, Protecção Civil e Polícia Municipal — à escola que está em ruínas, e avançou que agora notificará a Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), a proprietária do imóvel.

"Não podemos entrar numa coisa que não é nossa. A DREN tem de limpar e fazer as obras necessárias. Se não fizer, a Câmara faz e manda a factura", sublinhou.

A Escola Preparatória do Cerco, localizada nas ruas Dr. José António Marques e Nossa Senhora do Calvário, na freguesia de Campanhã, deixou de receber alunos há já alguns anos.

Sem manutenção, o edifício está em estado de degradação e começou a ser usado como local de consumo e tráfico de droga, uma situação que motivou uma queixa por parte de um munícipe junto do Ministério da Administração Interna (MAI), que remeteu responsabilidades para a autarquia do Porto, como descreve esta sexta-feira o Jornal de Notícias (JN).

À Lusa, Rui Moreira recordou que o espaço é propriedade do Ministério da Educação, através da DREN, e lamentou o que chama de "lavar de mãos".

"É um Estado desorganizado e centralista que quando tem algum problema diz "o presidente da Câmara que trate disto". É lavar as mãos", afirmou.