Este Verão escaldante é um mau presságio para os animais nas ruas da Geórgia

Numa altura em que a Geórgia bate recordes de temperatura, os animais de Tbilissi sofrem — e os activistas locais tentam atenuar os impactos como podem.

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Natia Chikovani fundou uma das associações de bem-estar animal de Tbilissi Reuters/ROMAN CHURIKOV

No calor abrasador do Verão no Cáucaso, os cães e gatos errantes de Tbilissi lutam pela sua sobrevivência. Durante todo o ano, a capital da Geórgia acolhe uma população animada de amigos de quatro patas. De acordo com os activistas, vivem no país cerca de 500 mil cães e gatos errantes, em conjunto com 3,7 milhões de humanos.

Apesar de os animais sem casa passarem os seus dias a vaguear pelas ruas de Tbilissi, alguns têm a sorte de passar as noites dentro de lojas e casas, enquanto recebem comida e abrigo de georgianos simpáticos. Porém, numa altura em que a Geórgia quebra recordes de temperatura durante a vaga de calor que está a afectar a Europa, os animais de Tbilissi sofrem e os activistas locais tentam intervir.

Natia Chikovani, co-fundadora da Animal Project, uma associação que luta pelo bem-estar animal, disse que enfrentam “desafios significativos” com o calor. “Os animais abandonados sofrem com a desidratação.”

Os voluntários da Animal Project têm andado por Tbilissi a dar de beber aos animais abandonados. O grupo espera conseguir persuadir os georgianos que não querem muito saber de animais a serem mais gentis. A atitude não era muito boa”, de acordo com Mariam Tsertsvadze, outra co-fundadora da Animal Project. “Acham que eles são sujos, não querem tocar-lhes.”

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"A atitude [em relação aos animais errantes] não era muito boa" REUTERS/Roman Churikov

O grupo espera persuadir os donos de negócios locais a passarem a permitir que os animais abandonados se abriguem dentro de portas nas alturas mais quentes do dia, e o Governo, para que aja mais na área do bem-estar animal.

Os activistas querem mais financiamento para as campanhas de esterilização, para diminuir o número de animais errantes, e esquemas que tornem mais fácil a adopção, que pode vir a mudar a forma como as pessoas olham para estes animais.

Keso Baramidze, co-fundador de um abrigo para gatos em Tbilissi, afirma que metade dos animais está com ele desde que abriu o espaço, há dois anos. “É muito difícil na Geórgia encontrar novos donos e casas para os cães e gatos”, afirmou. Mariam Tsertsvadze, pelo seu lado, acredita que os animais têm o direito de existir junto das pessoas: “Algumas pessoas acham que este planeta foi feito apenas para humanos. Não foi”.

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Keso Baramidze fundou um abrigo para gatos REUTERS/Roman Churikov