Ex-primeiro-ministro tailandês regressa de exílio de 16 anos para ser preso

Thaksin Shinawatra foi levado ao Supremo Tribunal assim que desembarcou na Tailândia. Juiz confirma condenação do antigo proprietário do Manchester City a oito anos de prisão por corrupção.

Thaksin Shinawatra saudando os seus apoiantes que o foram receber ao aeroporto
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Thaksin Shinawatra saudando os seus apoiantes que o foram receber ao aeroporto RUNGROJ YONGRIT/EPA
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Apoiantes de Shinawatra fizeram questão de estar presentes para o receber no seu regresso do exílio RUNGROJ YONGRIT/EPA
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No dia em que Thaksin Shinawatra, o antigo primeiro-ministro tailandês derrubado por um golpe militar, regressava do exílio auto-imposto durante 16 anos em Londres, o Supremo Tribunal da Tailândia ordenou a sua detenção para cumprir uma pena de oito anos de prisão.

Um risco que o multimilionário, de 74 anos, se dispôs a correr voltando a Banguecoque, já que o seu partido, o Pheu Thai, vai formar governo – a escolha do partido para primeiro-ministro, o empresário Srettha Thaivisin, passou esta terça-feira no Parlamento.

Para Thaksin Shinawatra ter mais possibilidades de conseguir o perdão, o partido que tem sido todos estes anos associado à democracia no país rompeu a coligação progressista que tinha formado com o partido mais votado, o Aliança, nas eleições de 14 de Maio. E a seguir formou uma aliança com dois partidos ligados aos mesmos militares que derrubaram, em 2014, o executivo liderado pela irmã de Thaksin, Yingluck Shinawatra.

Primeiro-ministro entre 2001 e 2006, o empresário/político foi condenado à revelia, quando estava fora do país, em três julgamentos distintos por corrupção, relacionados com a gestão das contas públicas e com a sua antiga empresa, a Shin Corp.

Assim que aterrou no aeroporto Don Mueang, na capital tailandesa, proveniente de Singapura, o magnata das telecomunicações foi escoltado pela polícia até ao Supremo Tribunal, onde a sua pena de prisão foi confirmada.

Desde o golpe militar que derrubou Shinawatra que a Tailândia vive tempos conturbados e uma profunda instabilidade, com muitos protestos sociais, vazios democráticos e períodos de regime militar.

A certa altura considerado o homem mais rico da Tailândia, o empresário tornado político que chegou a ser proprietário do clube de futebol inglês Manchester City (comprou-o em 2007 pelo equivalente a 94,5 milhões de euros e vendeu-o menos de ano depois ao Abu Dhabi United Group por 234 milhões de euros) é uma figura que polariza a vida política na Tailândia há mais de duas décadas entre os “vermelhos”, os seus apoiantes (que estiveram aos milhares para o receber junto ao aeroporto) e os “amarelos”, os conservadores que apoiam a monarquia.

Em Março, dois meses antes das eleições, o ex-primeiro-ministro deu uma entrevista à agência de notícias japonesa Kiodo, em que reafirmava a sua intenção de regressar à Tailândia, independentemente do resultado da eleição e mesmo que isso implicasse ir parar à prisão. “Passei 16 anos numa grande prisão que me impediu de ver a minha família”, disse em relação ao seu exílio em Londres.

Yingluck partilhou um vídeo no Instagram despedindo-se de Thaksin e mostrando o seu embarque no avião: “Que os dias que anseias de estar junto da tua família cheguem depressa. Boa sorte, irmão.”

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