Portugal mudou muito nas últimas décadas, mas os portugueses não mudaram lá grande coisa nesse tempo. Há mais de 30 anos, uma sondagem publicada pelo PÚBLICO em 1992 mostrava um país onde “apenas” 2% dos habitantes de Lisboa e Porto se consideravam racistas, mas — e há sempre um mas nestas coisas — mais de metade (51,6%) admitiam não achar grande graça se um filho seu se casasse com um cigano, num número que recuava para 32,7% caso o casamento fosse antes “com um negro” (sic); 43,6% dos inquiridos achavam ainda que os imigrantes tiravam o trabalho aos portugueses, um número que passava dos 50% no caso dos residentes em Lisboa. Incrível para um país com “apenas” 2% de racistas auto-reconhecidos.