Pequim critica EUA, Coreia do Sul e Japão por “denegrirem” a imagem da China
Porta-voz do MNE chinês diz que aliança tripartida cria “confronto” entre os países da região e reitera que Taiwan é um assunto interno da China.
A China criticou nesta segunda-feira a declaração conjunta de Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão após a cimeira trilateral realizada na sexta-feira em Camp David, no estado norte-americano do Maryland, onde se comprometeram a cooperar no fortalecimento dos seus laços trilaterais perante as provocações de Pequim e Pyongyang.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Wenbin, referiu em conferência de imprensa que Washington, Seul e Tóquio interferiram "nos assuntos internos da China", "denegriram a imagem de Pequim" e criaram "confronto" nos países da região do Indo-Pacífico.
Neste sentido, Wenbin assegurou que Taiwan é um "assunto interno da China" e enfatizou que "a maior ameaça" para a paz regional "são as actividades separatistas" na ilha, bem como "o apoio de forças externas" à sua independência.
O porta-voz dos Negócios Estrangeiros chinês também acusou os três países de "semearem discórdia" no Indo-Pacífico e afirmou que as actividades dos navios chineses no mar do Sul da China são "razoáveis" e "legais".
"Os Estados Unidos também têm reunido os seus aliados para realizar exercícios militares frequentes nas águas que rodeiam a China, incluindo o mar do Sul da China, mostrando o seu poderio e agravando as tensões regionais, a paz e a estabilidade", sentenciou.
Wenbin destacou, assim, que "todas as tentativas de provocar uma nova Guerra Fria na região da Ásia e do Pacífico terão a resistência firme dos países e povos da região". "A China continuará a salvaguardar a sua própria soberania e interesses de segurança", concluiu.
EUA, Coreia do Sul e Japão criticaram, numa declaração conjunta após a cimeira, o "comportamento perigoso e agressivo" de Pequim no mar do Sul da China. Em concreto, denunciaram a militarização da zona, o uso "perigoso" de navios e "barcos militares", bem como actividades "coercivas" e a pesca "ilegal, não declarada e não regulamentada".
Os três países, que anunciaram exercícios trilaterais em resposta às tensões com a China e a Coreia do Norte, também reafirmaram "a importância da paz e estabilidade em todo o estreito de Taiwan como elemento indispensável para a segurança e a prosperidade na comunidade internacional"."