Mediterrâneo, o maior muro que a Europa ergueu
Em missões de resgate de migrantes no Mediterrâneo, os portugueses Miguel, Lokas e Catarina perceberam o mesmo: às portas da Europa, a crise é política, muito mais do que humanitária.
Nadine deu à luz num barco de madeira, em alto mar, nos últimos dias de Dezembro. Com ela, no dia do parto, não estava a família, mas outros 106 migrantes que fugiam da Líbia em direcção à Europa. Mãe e filho foram resgatados já prestes a chegar à ilha italiana de Lampedusa, às portas da Europa, quando o barco estava “a um palmo de se virar” e naufragar. “Ao retirar as pessoas, percebemos que um dos bebés vinha ainda com o cordão umbilical”, atado com um pedaço de tecido da roupa de alguém, lembra Miguel Duarte, de 30 anos, um dos membros da tripulação da Sea Watch que participou nesse resgate.
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