José Maria Vieira Mendes brinca com as convenções do teatro
Reunindo sete textos para teatro num só volume organizado como um romance, O Pior É Que Fica brinca com as convenções dramáticas e sugere ligações entre palavras escritas para diferentes espectáculos.
Já entraram (e saíram) várias pessoas de cena. Entram mais algumas e continuam a discutir (-se), a tomarem Max por interlocutor, a interpretar o mundo e o lugar que nele ocupam sempre em relação a esta figura ausente. Max, subentende-se nas palavras de alguns, estará, talvez, deitado; certo é que não parece ter existência física e nunca reage a qualquer tentativa de o trazer para a materialização do palco. Quando entra a Pessoa 12, suspeitando de que nesta peça há algo por explicar, queixa-se a Max de que “faltam dados, falta qualquer coisa, não se percebe”. Acrescenta ainda que “não se vê nada, parece que está tudo escondido”. E depois, frustradas, estas pessoas aumentam os lamentos, classificando tudo isto de “pretensioso” ou apenas “ingénuo”. Procuram emoções e motivações, procuram estrutura e procuram respostas. Procuram algo que lhes permita poder dizer: “É isto.”
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.