Regresso da Rússia à Lua, 47 anos depois, falhou. Luna-25 colidiu com superfície lunar

A Roskomos diz ter perdido contacto com a nave não tripulada depois de esta ter entrado “numa órbita imprevisível” e se despenhar na Lua. Última missão lunar da Rússia tinha acontecido em 1976.

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A Luna-25 devia aterrar na Lua a 21 de Agosto ROSCOSMOS/EPA

A primeira missão lunar da Rússia em 47 anos falhou: a nave Luna-25 despenhou-se na Lua. A agência espacial russa, a Roskomos, diz que perdeu contacto com a nave não tripulada, este sábado, pouco depois de ocorrer um problema quando a nave entrava em órbita de pré-aterragem.

"O aparelho entrou numa órbita imprevisível e deixou de existir depois de colidir com a superfície da Lua", disse a Roskomos em comunicado.

O falhanço da missão sublinha o declínio da Rússia enquanto potência espacial, desde os dias de glória da Guerra Fria, quando o país foi o primeiro a lançar um satélite para orbitar a Terra — o Sputnik 1, em 1957 — e Iuri Gagarin se tornou o primeiro homem a ir ao espaço em 1961.

A Rússia não levava a cabo uma missão lunar desde a Luna-24, em 1976, quando Leonid Brezhnev era o líder soviético. Era suposto a Luna-25 aterrar no pólo sul da Lua a 21 de Agosto, de acordo com responsáveis espaciais russos.

A Luna-25, que se propunha recolher e analisar amostras de solo gelado lunar, foi enviada para o espaço em plena guerra Rússia-Ucrânia. Depois de a Rússia ter invadido território ucraniano, em Fevereiro de 2022, a Agência Espacial Europeia (ESA) cortou relações com o país e suspendeu missões conjuntas, como as lunares Luna-25, Luna-26 e Luna-27.

Moscovo tem tentado competir com a Índia, cuja nave espacial Chandrayaan-3 deverá aterrar no pólo sul da Lua esta semana, na corrida ao espaço, assim como com a China e os Estados Unidos.

O pólo sul da Lua é uma região interessante para as missões por se acreditar que há gelo que poderá ser utilizado para extrair combustível e oxigénio, mas também água, um elemento essencial para a futura exploração prolongada da Lua.

É também nesta região que os Estados Unidos querem colocar em Dezembro de 2025 a primeira astronauta mulher e o primeiro astronauta negro, ao abrigo do novo programa lunar Artemis. Apenas os Estados Unidos tiveram astronautas na superfície da Lua, entre 1969 e 1972, no âmbito do programa Apolo.