Fotogaleria
Fungo laranja invasor, formiga-zombie e tubarão recém-nascido vencem concurso do mundo natural
Fungos brilhantes cor-de-laranja (Favolaschia calocera) vencem a terceira edição do concurso BMC Ecology and Evolution, que distingue trabalhos que representam o mundo natural, tanto do presente como do passado.
Uma fotografia de fungos cor-de-laranja (Favolaschia calocera), a crescer sobre madeira morta, venceu a terceira edição do concurso de imagens BMC Ecology and Evolution, uma competição que distingue trabalhos que representam o mundo natural, tanto do presente como do passado. Entre os demais distinguidos nas quatro categorias do prémio estão, por exemplo, a foto de um tubarão recém-nascido e a reconstituição do interior de um ovo de dinossauro.
“Apesar da aparência inocente e bonita, este fungo é uma espécie invasora que substitui outros fungos e está a espalhar-se pela floresta tropical australiana. É importante acompanhar de perto esta espécie, cujos esporos são muitas vezes transportados por seres humanos, de forma a salvaguardar a biodiversidade da Austrália”, afirma Cornelia Sattler, bióloga da Universidade de Macquarie, na Austrália, e autora da imagem vencedora, citada no comunicado de imprensa.
O fungo Favolaschia calocera foi observado pela primeira vez em Madagáscar, mas, agora, esta espécie invasora está dispersa por diferentes regiões do planeta. “A imagem de Cornelia Sattler permite-nos espiar o mundo dos fungos, organismos fascinantes, mas subestimados e pouco estudados”, referiu Arne Traulsen, membro do Conselho Editorial da revista científica BMC Ecology and Evolution, citada no mesmo documento.
Além da imagem vencedora, o júri seleccionou oito trabalhos em quatro categorias: trabalho de campo, protecção do planeta, e, por fim, a paleoecologia. Os membros do júri destacaram não só as “histórias de ciência” que cada uma das imagens conta, mas também a “qualidade artística” dos trabalhos.
O objectivo da competição é dar aos biólogos, paleontólogos e ecólogos a oportunidade de expressar o trabalho científico que desenvolvem com criatividade e, assim, explorar as fronteiras entre a arte e a ciência.
João Araújo, do jardim botânico de Nova Iorque, nos Estados Unidos, conquistou o primeiro lugar na categoria plantas e fungos ao registar a imagem de um fungo a parasitar o fungo de formigas-zombie. Esta espécie é capaz de obrigar os insectos infectados a migrar para locais mais interessantes para o crescimento fúngico.
“Os fungos das formigas-zombies são encontrados em florestas de todo o mundo, sendo que esses espaços são coabitados por outros fungos que podem parasitar, consumir e até castrar. Os cientistas só recentemente começaram a catalogar e descrever esses fungos fascinantes que são capazes de matar outros fungos”, refere João Araújo.
Já o vencedor da categoria paleoecologia foi apresentado por Jordan Mallon, do Museu Canadiano da Natureza, e consiste numa recriação digital, elaborada pela chinesa Wenyu Ren, a partir da descoberta de dois ovos de dinossauro na China com entre 72 e 62 milhões de anos. A imagem mostra o desenvolvimento embrionário de um dinossauro com bico de pato no interior de um ovo do Cretáceo Superior.