Atletismo: Vieira histórico, Nader promissor e Pereira na final

Marchador de 47 anos igualou o recorde absoluto de participações em Mundiais. Nos 1500m, há um lugar reservado para Portugal nas meias-finais.

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Reuters/MARTON MONUS
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A comitiva portuguesa já sabia ao que ia no primeiro dia dos Campeonatos do Mundo de atletismo, que arrancaram neste sábado em Budapeste. Na competição mais exigente do planeta, a par dos Jogos Olímpicos, as expectativas eram moderadas e a presença histórica de João Vieira nos 20km marcha acabou por ser a nota de maior destaque. Independentemente do resultado.

Aos 47 anos, João Vieira (o elemento mais velho em prova) sabia melhor do que ninguém o que estava em causa. Nesta altura da carreira, as distâncias mais longas favorecem-no, mas a exclusão dos 50km do programa dos Mundiais levou-o a inscrever-se nos 20km e nos 35km (marcados para quinta-feira).

Como se esperava, foi uma prova demasiado rápida - entre o segundo e o quinto lugares, bateram-se recordes nacionais, e o vencedor, o espanhol Álvaro Martin, tornou-se no líder mundial do ano, com 1h17m32s - e o marchador algarvio terminou na 33.ª posição, com 1h23m37s.

Apesar da hora de atraso provocada pelo mau tempo, bastou-lhe iniciar o percurso para fazer história, já que elevou para 13 as participações em Mundiais, igualando, desta forma, o recorde do espanhol José Manuel Garcia como atletas co mais presenças na competição.

“Muitos atletas vieram dar-me os parabéns e referir que sou um exemplo e uma motivação. Tenho de estar muito contente, porque sempre procurei ser esse exemplo, dar o meu melhor à marcha e ao atletismo”, resumiu João Vieira, citado pelo site oficial da Federação Portuguesa de Atletismo.

Depois da marcha, Francisco Belo e Tsanko Arnaudov deram seguimento à representação portuguesa, no lançamento do peso, sem especial brilho. Terminaram a qualificação, respectivamente, na 16.ª posição do grupo A (27.º na qualificação), com 19,24 metros, e na 13.ª posição do grupo B (30.º na qualificação), com 19,17 metros. Ainda distantes da marca de apuramento exigida.

O mesmo aconteceu com Salomé Afonso nas eliminatórias dos 1500 metros, ao terminar na 37.ª posição geral (4m06,55s), enquanto Marta Pen ficou um pouco mais atrás, no 42.º posto (4m07,74s).

Na mesma distância, mas na corrida masculina, Isaac Nader conferiu um pouco de cor à prestação nacional, ao qualificar-se para as meias-finais com o quinto lugar da primeira série das eliminatórias. O atleta de 24 anos assegurou uma das seis posições de qualificação ao completar a distância em 3m34,36s, numa corrida vencida por Jakob Ingebrigtsen, incontestável favorito, em 3m33,94s.

“O treinador pediu-me para gastar o mínimo possível para garantir a qualificação. Coloquei-me sempre bem, estive sempre nos lugares de qualificação”, afirmou à agência Lusa, acrescentando: “Tinha mais para dar, a última recta foi a controlar, porque um dos seis primeiros lugares estava garantido. Era esse o objectivo, para amanhã estar mais fresco”.

Quanto à estafeta mista, composta por Omar Elkhatib, Cátia Azevedo, Ricardo dos Santos e Fatoumata Diallo, cumpriu as quatro voltas à pista do novo Centro Nacional de Atletismo, em 3m15,75s, no oitavo e último lugar da primeira série das eliminatórias - a mais rápida, de resto, ganha pelos EUA (3m10,41s).

O quarteto português ficou a mais de um segundo e meio do recorde nacional (3m14,06s), conseguido em Chorzow, nos Jogos Europeus.

No triplo salto masculino, a ausência de Pedro Pablo Pichardo não impediu Portugal de se fazer representar na final. Tiago Pereira, de 29 anos, começou por fazer dois nulos antes de aterrar na caixa de areia com a melhor marca pessoal do ano (16,77 metros).

Um registo que, embora longe dos 17,11 metros, lhe valeu o nono melhor salto das qualificações, correspondendo à oitava presença portuguesa consecutiva na final do triplo dos Mundiais.

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